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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Logoterapia e Análise existencial - Livros em PDF




                                                 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Como a Páscoa afeta nossa visão da vida?

Psicólogo fala sobre o impacto da Páscoa e da vivência da fé na saúde psíquica do ser humano

Para a maioria das pessoas que vivem no ocidente e boa parte do oriente a Páscoa é uma festa que faz parte do calendário oficial e celebra a ressurreição de Cristo, é considerada por muitos como a principal celebração cristã. Jesus Cristo sofreu a dor da traição e carregou sobre si os pecados da humanidade, foi crucificado, experimentando uma morte violenta e no terceiro dia ressurgiu do mundo dos mortos, venceu a morte e apareceu aos seus amigos instaurando um novo tempo na história da humanidade que se dividiria em antes e depois deste acontecimento. Veríamos a vida da mesma forma se não fosse o acontecimento da ressurreição de Cristo? Certamente que não. O fato de a humanidade ter evoluído na construção de parâmetros pacíficos de convivência, no desenvolvimento do direito, na ideia de amor ao próximo e no respeito às diversidades ao longo dos últimos dois milênios, estaria relacionado de alguma forma à ressurreição de Cristo? Não apenas à ressurreição, mas à Sua existência que culminou com a ressurreição. Hoje, quando os cristãos celebram a quaresma e a semana santa em preparação para a Páscoa, experimentam o exercício da disciplina, realizando jejuns e oferecendo sacrifícios de atitude, deixando de fazer algo que gostam ou de comer algo que gostam, ou até mesmo realizando atos de caridade em prol de alguém, é um tempo de um exercício de fé. Embora o objetivo seja espiritual e religioso, esta vivência pode afetar a vida das pessoas de forma muito positiva.

Fé e Saúde Psíquica


Vivemos em um tempo de individualismos, orquestrado pelo poder do tempo, onde as pessoas precisam fazer o máximo em menos tempo possível. As tecnologias não deixam de nos lembrar a todo instante que há alguém visualizando algo sobre nós, ou chamando nossa atenção, sejam os amigos, familiares e colegas ou sejam os anúncios publicitários, as abordagens comerciais e políticas ou as notícias e programas de entretenimentos com os quais nos identificamos, ou até mesmo os eventos esportivos que gostamos, sem falar dos apelos que nossa mente nos faz para adquirirmos este ou aquele presente para compensar nosso trabalho duro e falta de tempo para nós mesmos. Mas, de alguma forma as pessoas acreditam em algo que transcenda toda esta corrida maluca que empreendem todos os dias e é por isso que celebrar a Páscoa faz sentido para a saúde psíquica.
O fato intrigante para a comunidade científica, muitas vezes descrente, que se revela no Santo Sudário é um sinal contundente de que algo extraordinário aconteceu e que os cristãos creem ter sido a ressurreição de Cristo. Este acontecimento com marcas históricas e religiosas convida as pessoas a uma experiência de autotranscendência. Uma pessoa que consegue parar durante alguns dias e meditar sobre o sentido de sua vida em uma perspectiva de esperança para o futuro poderá enfrentar com muito mais eficácia os desafios do dia-a-dia. As pesquisas no campo da psicologia da religião nos revelam que as pessoas com fé apresentam maior propensão a superar problemas psíquicos e até mesmo biológicos, assim podemos encontrar no fato religioso da Páscoa um motivo a mais para enfrentarmos os problemas do presente e nos projetarmos com esperança para o futuro a ser construído.

Experimentando uma Vida Nova

De fato, os maiores problemas psicológicos estão relacionados em como as pessoas enfrentam os problemas do presente que muitas vezes estão relacionados ao passado. Criamos um modo de vida tão voltado para as coisas materiais e perecíveis que temos dificuldade para nos projetarmos para o futuro sem considerarmos as possibilidades de nossa morte, ou da perda dos bens materiais. Constantemente, pessoas se aproximam dos consultórios psicológicos se queixando de que a vida parece não ter sentido porque não conseguem se projetar para o futuro. A ressurreição de Cristo, por um lado, celebrada pelos cristãos, representa que não importa qual a situação em que se encontra um ser humano, nada poderá lhe privar de sua esperança, pois nem mesmo a morte que representa o maior sofrimento para a existência humana é capaz de ditar o fim último de uma vida, pois ela foi vencida pela ressurreição de Cristo.
Não é possível saber cientificamente tudo sobre a realidade humana, muito menos sobre a realidade religiosa e espiritual, mas o que sim sabemos é que quando as pessoas têm esperança no futuro, elas se tornam mais leves, elas são capazes de sorrir, de se sentirem livres e isto as possibilita realizar seus projetos, construir laços afetivos saudáveis, até mesmo amar sem ter medo de não ser correspondido. Certamente há muitas pessoas ao redor do globo que não são cristãs e não conhecem o fato da ressurreição, mas para os que creem não se pode dizer que este acontecimento passe despercebido e não possa gerar frutos positivos para a saúde psíquica. Se a morte pode, de alguma forma ser vencida, e o caminho ensinado por Cristo para vencê-la foi a vivência do amor, então porque não empreender todas as nossas forças para viver o amor em nossas vidas? Se até mesmo as religiões não cristãs pregam este amor, e se de alguma forma experimentamos que o amor é realmente algo bom para nós, o que teríamos a perder se nos empenhássemos nesta busca?


*Por Élison Santos* Élison Santos, Psicólogo e Palestrante. Atende adultos e adolescentes e é Terapeuta de Casais em São José dos Campos. Realiza aconselhamento psicológico Online através do Skype. É especialista em Análise Existencial e Logoterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Curitiba.

Fonte: https://noticias.cancaonova.com/mundo/como-pascoa-afeta-nossa-visao-da-vida/

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Logoterapia - A presença ignorada de Deus

Logoterapia, Viktor E. FranklNessa moldura de uma tal imagem do ser humano, contudo, falta simplesmente aquela característica ontológica fundamental da realidade humana que acabei denominando de “autotranscendência” da existência. Isso quer dizer que ser humano significa dirigir-se além de si mesmo, para algo diferente de si mesmo, para alguma coisa ou alguém. Em outras palavras, o interesse preponderante do ser humano não é por quaisquer condições internas dele próprio, sejam elas prazer ou equilíbrio interior, mas ele é orientado para o mundo lá fora, e neste mundo procura um sentido que pudesse realizar ou uma pessoa que pudesse amar. E, com base em sua auto compreensão ontológica pré-reflexiva, tem conhecimento de que ele se autorrealiza precisamente à medida que se esquece de si próprio [...].

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Viktor Frankl: Análise Existencial e Logoterapia

Viktor Emil Frankl; logoterapia, análise existencial; psicologia; Artigo
"A pessoa espiritual é perturbável, mas não destrutível por via de uma doença psicofísica. O que uma doença pode destruir o que ela pode desorganizar, é só o organismo psicofísico. Este organismo representa, todavia, tanto o espaço de ação da pessoa como o seu campo de expressão. A desorganização do organismo não significa menos, mas também não significa mais do que a obstrução do acesso à pessoa - nada mais! E isto devia ser o nosso credo psiquiátrico: esta crença absoluta no espírito pessoal, - esta crença "cega" na pessoa espiritual "invisível", mas indestrutível! Minhas senhoras e meus senhores, se eu não tivesse esta crença então preferia não ser médico". (Viktor E. Frankl).
"O espírito é, como tal, naturalmente invisível; a pseudo-metafísica espírita quer, todavia, torná-lo de algum modo visível. O espírito, como invisível, não se pode ver; em certo sentido, tem-se, portanto, de crer no "espírito". Todavia, a metafísica espiritista - na medida em que ela torna o espírito em alguma coisa visível, portanto, o quer ver -, numa palavra, a crença no espírito do "que vê o espírito", torna-se, exatamente, por isso, também uma superstição". (Viktor E. Frankl).
Tal como Bruno Bettelheim, Viktor Frankl sofreu a experiência dos campos de concentração nazistas, da qual resultou a obra Um Psiquiatra Deportado Testemunha. Frankl formulou a análise existencial em psiquiatria - cuja prática terapêutica é a logoterapia - antes dessa experiência terrível, mais precisamente em 1934. A análise existencial opõe-se à psicanálise. Para Frankl, a vontade de sentido é mais dominante na economia mental do homem que o princípio de prazer de Freud e a vontade de poder de Adler: os doentes de Frankl não sofrem somente de frustrações sexuais ou de complexos de inferioridade, mas é, a maioria das vezes, confrontados com um vazio existencial que lhes provoca vertigens. A neurose - vista como um tipo de existência ou de ser-no-mundo - revela um ser frustrado do sentido da vida. Frankl defende que a necessidade fundamental do homem não é nem a satisfação sexual nem a valorização de si, mas a plenitude de sentido. Ao automatismo freudiano de um aparelho mental, opõe a autonomia espiritual do homem que, no seu íntimo, é um ser responsável. A existência humana tem, ao mesmo tempo, o caráter de um problema, tal como a vida, e o caráter de uma resposta: não é o homem quem deve pôr a questão do sentido da vida, porque o interrogado é o próprio homem. Lançado no jogo do mundo, o homem é desafiado a dar uma resposta às questões que a sua vida lhe coloca. A resposta dada pelo homem é sempre uma resposta em ato. A análise existencial de Frankl encara a neurose como um tipo de existência: o objetivo do seu método terapêutico é conduzir o homem à consciência da sua responsabilidade. Aquilo que na logoterapia se torna consciente não é o instinto, como sucede na psicanálise, mas o espiritual: o homem é um ser responsável, porque não é somente ser de pulsão, mas também e fundamentalmente ser espiritual. Toda a ação terapêutica está centrada não nas pulsões, mas no inconsciente espiritual: a tarefa do psiquiatra é libertar a pessoa espiritual do handicap psicofísico.
Sören Kierkegaard definiu o homem como "uma síntese de alma e corpo" e, ao mesmo tempo, como "uma síntese do temporal e do eterno". A noção de homem incondicionado de Frankl está muito próxima da noção de existência humana de Kierkegaard, o que lhe permite criticar a problemática da terapêutica psicocirúrgica na sua relação controversa com a psicoterapia. Para facilitar a compreensão desta controvérsia médica, penso poder afirmar que Frankl censura basicamente o materialismo subjacente à utilização da psicocirúrgica, até porque ele próprio recomendou algumas vezes esse procedimento cirúrgico para aliviar os seus doentes do sofrimento desnecessário e sem sentido:
"Deixar sofrer um homem desnecessariamente é um erro médico".
A cirurgia cerebral é indicada não para privar o homem do sofrimento da esfera do eu - sofrimento necessário e com sentido, o que equivaleria à auto alienação, mas para aliviá-lo do sofrimento sem sentido, pondo o eu em descanso. Egas Moniz (1874-1955) recebeu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina em 1949, prêmio partilhado com Walter Rudolf Hess (1881-1973), por ter desenvolvido a angiografia cerebral e a técnica de lobotomia frontal ou de leucotomia pré-frontal concebida como uma terapêutica para determinadas perturbações emocionais. Os mass media e muitos neurocientistas não perdoaram a Egas Moniz o fato de conceber a destruição de uma grande porção do encéfalo como uma forma de tratamento e, por isso, contam que este médico português acabou estranhamente paralisado por um tiro disparado na espinha por um dos seus pacientes lobotomizados. Portanto, foi feita justiça poética contra o médico português que, sem suporte teórico substancial, acreditava que podia corrigir o excesso de emoção através deste procedimento cirúrgico. De facto, nesse tempo sombrio, Klüver & Bucy mostraram que lesões no encéfalo podiam alterar o comportamento emocional e, na década de 30, John Fulton e Carlyle Jacobsen relataram que lesões do lobo frontal tinham efeitos calmantes nos chimpanzés.
Confiante no princípio segundo o qual se o sistema límbico controla a emoção, conforme estipulado pelo circuito de James Papez (hipocampo, hipotálamo e giro do cíngulo), então as pessoas com problemas emocionais - pacientes melancólicos, obsessivo-compulsivos e esquizofrênicos - podem ser clinicamente ajudadas, Egas Moniz não se inibiu e desenvolveu o procedimento cirúrgico da psicocirúrgica, aplicando-o aos seres humanos. Milhares de cirurgias foram realizadas em todo o mundo nos anos 40 e 50 do século XX, usando diversos procedimentos: os pacientes submetidos a estes procedimentos cirúrgicos, em especial os esquizofrênicos, tornaram-se meras sombras dos seus eus anteriores. Egas Moniz queria "golpear literalmente as associações delirantes" (Frankl) dos seus pacientes, como se o seu procedimento fosse uma intervenção cirúrgica na psique e como se o bisturi pudesse atingir a realidade da alma. A sua explicação redutora lembra o chamado delírio interpretativo racionalizante secundário. Segundo Frankl, a leucotomia não toca a pessoa espiritual - o seu eu inalterado, a sua existencialidade, mas apenas o organismo psicofísico - a sua facticidade: "O corpóreo é condição, mas não causa do psico-espiritual. A doença física limita as possibilidades de desenvolvimento da pessoa espiritual, e o tratamento somático restitui-lhas, dá-lhe, de novo, oportunidade para se desdobrar e isto ensina-nos a clínica. O que nós podemos explicar através da clínica é somente a diminuição das possibilidades do espiritual; mas podemos compreender a realidade do espiritual unicamente a partir de uma metaclínica" (Frankl). A lobotomia deixou de ser utilizada, exceto nos casos de perturbação obsessiva intratável, onde a operação moderna se limita a uma cingulotomia, em vez de uma lobotomia frontal completa.
A maioria dos neurocientistas tende a ser materialista na sua atividade experimental, embora o fisicalismo enquanto filosofia seja impensável: o materialismo radical auto-anula-se enquanto figura do pensamento. No entanto, no seio da própria ciência, surgiram críticas antimaterialistas que merecem atenção. Pioneiros geniais das neurociências tais como Charles Sherrington e W. Penfield abandonaram o materialismo, adotando a defesa da autonomia da alma, e John C. Eccles e Karl Popper defenderam sempre um dualismo interacionista. Alistar Hardy acusa as concepções monistas que predominam na comunidade científica de serem excessivamente perigosas para o futuro da civilização, porque estas ideias convertem a dimensão espiritual do homem simplesmente num produto superficial de um processo material. O dogma fisicalista é tão injustificável quanto os dogmas mais absurdos da Igreja Medieval. Diversos psiquiatras mostraram que a crença no reducionismo tem um efeito desastroso e nefasto sobre a saúde mental, especialmente sobre a prudência e o juízo do homem. Viktor Frankl acredita que uma das maiores ameaças à saúde mental é o vazio existencial. Com efeito, o número de pacientes (20%) afligidos pelo sentimento de vacuidade interior - o sentimento de total e absoluta falta de sentido da vida, especialmente em face da morte, que recorrem à ajuda clínica, aumenta assustadoramente em todo o mundo, sobretudo nos países ocidentais.
Frankl pensa que esta perturbação é o resultado direto e desastroso da negação do valor e de uma vida com valor - atitude característica da moderna sociedade cientificamente orientada, ou seja, da crença de que, como a ciência é, em grande medida, reducionista quanto à sua técnica, o reducionismo é a única filosofia em que devemos crer. Para Frankl, existe no homem uma tendência intrínseca para procurar significados que possa compreender e valores que possa atualizar. O reducionismo predominante mais não é do que um disfarce do niilismo que, na sua versão atual, deixou de anunciar o "nada" para afirmar simplesmente "nada mais do que": a psiquiatria, a psicoterapia e a psicanálise apresentam o homem como um ser reflexo ou um feixe de instintos, como ser condicionado, acionado e determinado, ora pelo complexo de Édipo, ora por sentimentos de inferioridade. Ora, afirmar que o homem nada mais é do que feixe de reflexos ou feixe de pulsões é apresentá-lo como "uma marionete - ou, como se diz hoje em dia, um zumbi - que esperneia por meio de fios, ora ridiculamente visíveis, ora escondidos" (Frankl).
O homem é algo mais do que aquilo que pode ser explicado completamente pelo biológico, psicológico e sociológico: o biologismo, o psicologismo e o sociologismo pecam contra o espiritual, construindo imagens do homem que ameaçam o próprio homem e que o impedem de alcançar um humanismo: "Enquanto virmos no homem somente isto ou aquilo condicionado, enquanto não virmos no homem também o incondicionado, não descobrimos o verdadeiro homem, o Homo Humanus, mas sim uma espécie de homúnculus. A partir do biologismo, psicologismo e sociologismo não há qualquer caminho para o humanismo, mas para um simples homunculismo!" (Frankl). Nesta perspectiva que aponta para um pensamento metaclínico, o verdadeiro niilismo não é o existencialismo, que afirma a irredutibilidade do ser humano, recusando tratá-lo como coisa entre coisas, mas o reducionismo que, nas escolas e nas universidades, socializa as pessoas, levando-as a crer na concepção reducionista do homem e na visão reducionista da vida – o clericalismo científico, segundo a expressão feliz de Teixeira de Pascoaes. O vazio existencial é, portanto, a frustração da força motivacional fundamental do homem: a vontade de sentido, completamente distinta da vontade de poder dos adlerianos e do desejo de prazer dos freudianos.
Hyman confirmou esta perspectiva existencial nos seus pacientes submetidos à cirurgia cerebral: a procura de sentido é uma força motivacional básica do animal symbolicum (Ernst Cassirer). Esta descoberta da necessidade de sentido no ser humano levou Frankl a tomar uma posição oposta à de Freud a respeito da religião. A teoria freudiana da religião é sobejamente conhecida: Deus mais não é do que uma imagem interiorizada do pai todo-poderoso e a religião, uma neurose obsessiva. Frankl rompe claramente com esta noção de Deus, defendendo a solidez da ideia de Deus na sua obra O Deus Inconsciente. Além disso, certas neuroses são produzidas pelo recalcamento da religiosidade. Frankl não proclama uma determinada religião universal: o que ele pensa é que o homem caminha para uma religião pessoal, na qual cada um descobrirá a sua própria linguagem. De certo modo, a religião pessoal decorre do próprio processo de secularização da sociedade e da consciência e do seu corolário - a privatização da religião. A afirmação de Marx segundo a qual:
"a religião dos trabalhadores não conhece Deus dado que procura restaurar a divindade do homem"
Que chocou Henri de Lubac e que foi completamente explicitada por Ernst Bloch, vai ao encontro da noção de que os homens diferentes têm valor diferente, mas dignidade igual: a dignidade incondicional de todos os seres humanos, incluindo os psicóticos, os doentes e os que sofrem. O homem é condicionalmente um ser (espiritual) incondicionado: "O homem é mais do que organismo psicofísico; ele é pessoa espiritual. Como tal, ele é livre e responsável - livre do psicofísico e livre para a realização de valores e a satisfação mental da sua existência (Dasein)" (Frankl). O homem luta não só pela existência, mas também e, sobretudo por um conteúdo da existência: a tarefa mais notável da ação psiquiátrica é ajudá-lo nesta luta por um sentido da existência e pelo auxílio recíproco na descoberta do sentido. A imagem do homem esboçada por Frankl não oferece soluções definitivas para os problemas metaclínicos - as perguntas eternas da humanidade pensante: o seu objetivo é estimular as pessoas e convidá-las para o pensamento metaclínico, convocando-as para a necessidade de uma decisão. Num sentido amplo, a concepção frankliana da religião e do seu papel essencial na vida e na promoção da saúde das pessoas foi recentemente suportada empiricamente pela pesquisa no domínio da neurociência espiritual (D'Aquili & Newberg, 2000, Lee & Newberg, 2005, Newberg & Lee, 2005): a religião não só desempenha um papel crucial na vida de milhares de pessoas, como também exerce um efeito positivo sobre a sua saúde.

Referência:

https://www.algosobre.com.br/psicologia/viktor-frankl-analise-existencial-e-logoterapia.htm

terça-feira, 18 de abril de 2017

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 9. (Por Estudando Psi - YouTube)


Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 8. (Por Estudando Psi - YouTube)

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 7. (Por Estudando Psi - YouTube)

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 6. (Por Estudando Psi - YouTube)

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 5. (Por Estudando Psi - YouTube)


sábado, 15 de abril de 2017

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 4. (Por Estudando Psi - YouTube)


Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 3. (Por Estudando Psi - YouTube)


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. Parte 2. (Por Estudando Psi - YouTube)

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Logoterapia: A psicoterapia existencial humanista de Viktor Emil Frankl. (Por Estudando Psi - YouTube)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O que é Logoterapia e Análise Existencial? (Por Estudando Psi - YouTube)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

JESUS E A LOGOTERAPIA

Jesus e a Logoterapia

Um dos ensinamentos revolucionários de Jesus foi que a grandeza é decorrência do serviço. O ato radical de lavar os pés dos discípulos não era algo novo para Jesus desde a decisão tomada por ocasião das tentações, passando pelos últimos momentos do ministério, até o encontro com o bom ladrão na cruz, Jesus deu a mais absoluta prioridade ao ato de servir. Ao tomar a toalha e lavar os pés dos discípulos, ele exerceu sua liberdade de escolher o que fazer com sua vida. A escolha foi clara para ele, a realização consistia em atender às necessidades dos semelhantes e, por consequência, em servir a Deus. No ato simbólico do serviço, ele ressaltou a ênfase que fora elemento básico em sua pregação. Como todo bom professor, ele reforçou o conceito demonstrando-o. Ele sabia que a maioria das pessoas tem dificuldade em aceitar a via do serviço como modo de vida; ele sabia que era necessário um ato radical para chamar a atenção dos discípulos para a prioridade que ele atribuía ao serviço. E quando os discípulos começaram a discutir sobre “qual seria o maior” (cf. Lc 22,24), ele sabia que precisava corrigir essa visão equivocada deles. Em grande parte, o sofrimento neurótico resulta de uma perspectiva equivocada. De um modo ou outro, o neurótico compôs um quadro do seu lugar na vida que não corresponde à realidade. Impotente em meio a demandas conflitantes, ele deixa que as circunstâncias moldem sua vida, até sentir-se pouco mais do que uma vítima do destino. Educado numa era científica, cai presa fácil da falácia do determinismo, seja ele biológico, psicológico ou sociológico, encurralado pelas limitações de defeitos físicos, mutilado pelo condicionamento emocional ou ainda emaranhado em padrões culturais. Inseguro das próprias forças, fica à deriva de padrões de relacionamento ineficazes ou mesmo destrutivos e que se tornam rígidos com sulcos congelados em lama profunda. Mesmo quando percebe a inadequação do comportamento inflexível, sua visão de vida é tal que se sente impotente para mudar. É bem evidente que a principal preocupação de Jesus era corrigir uma visão errônea da vida. em seu contato com o jovem rico quanto com a mulher samaritana, com Marta, com Simão fariseu, com o endemoninhado de Gerasa ou com os discípulos, o relato é muito claro: seu grande propósito era ajudá-los a ver a vida com outra perspectiva. Além disso, nos incidentes em que a conversa não se prolonga (com Zaqueu, com o jovem paralítico e com o enfermo de Betesda), é evidente que deve ter havido troca de palavras. Em cada caso Jesus nunca se satisfez com mudanças pequenas, mas sempre encaminhou a uma reorientação mais fundamental. Assim, ele estimulou o jovem rico a se livrar de sua dependência dos bens materiais, a mulher samaritana a procurar sentido num nível mais elevado que o do sexo e Zaqueu a descobrir a vida restabelecendo laços dos relacionamentos comunitários. Onde quer que as pessoas estivessem se desviando para caminhos sem saída, ele apontava o erro e as ajudava a encontrar um novo caminho. Haverá motivos para acreditar que o neurótico dos nossos dias precise menos do que isso? Poderá alguma terapia realmente alcançar seu objetivo quando visões irreais da vida não são questionadas, quando padrões de comportamento inapropriados não são examinados? É princípio da logoterapia que a maior parte da tarefa terapêutica consiste em corrigir visões da vida falsas, em contestar filosofias inadequadas. Reconhecendo que a visão de um indivíduo é limitada por sua experiência de vida, Frankl entende que a tarefa terapêutica de vida inclui a organização de argumentos para questionar visões de mundo destrutivas, e afirma: “Por isso procuramos enfrentar o ceticismo básico tão frequentemente expresso por nossos pacientes e desenvolver os contra-argumentos necessários para anular os efeitos do niilismo ético”. Nesse sentido, a logoterapia complementa a psicoterapia tal como esta é normalmente concebida e se adapta melhor ao padrão do ministério habitual de Jesus do que a maioria das teorias contemporâneas do mundo terapêutico. Assim, Frankl diz: Enquanto a tarefa da psicoterapia é revelar as bases psicológicas de uma ideologia, a tarefa da logoterapia é revelar os defeitos existentes em fundamentos lógicos inadequados para uma visão de mundo, e assim efetuar uma readaptação dessa visão. Frankl ilustra a abordagem logaterapêutico típica no caso de uma professora muito culta que estava sendo tratada de depressões recorrentes de origem orgânica. O primeiro enfoque foi somático, com a prescrição de uma droga (ópio). Ficou evidente, porém, que o problema de fato era a reação da mulher à depressão, por isso foi indicada psicoterapia. Uma vez iniciada a psicoterapia, a paciente liberou grande parte do que havia reprimido dentro dela. Ela expôs toda sua angústia espiritual – sua opinião desfavorável a respeito de si mesma, a pobreza do conteúdo e do sentido da sua vida – a existência sombria de uma pessoa que se sentia irremediavelmente incapacitada por essas depressões recorrentes a que o destinou a condenara. O procedimento de Frankl consistiu em orientar a paciente a “ignorar o quanto possível seu estado depressivo, e acima de tudo a evitar devaneios lúgubres sobre sua depressão”, mas ele foi bem além disso, entrando no campo da logoterapia. O que se recomendava agora era um procedimento que fosse além do tratamento psicoterapêutico no sentido estrito do termo. Nesse caso, fazia-se necessário um tratamento logaterapêutico. Era função do médico mostrar à paciente que sua aflição – essas depressões recorrentes – apresentava-lhe um desafio. Como os homens são livres para tomar uma posição racional a respeito de processos psíquicos, ela estava livre para assumir uma atitude positiva com relação a essa aflição. Seu destino devia conduzi-la à decisão de plasmar sua vida de modo consciente e responsável apesar das dificuldades internas que o obscureciam. Frankl conclui o relato com estas palavras: Depois dessa análise existencial – pois era disso que se tratava – apesar de outras fases de depressão endógena e mesmo durante essas fases, ela conseguiu viver uma vida caracterizada por uma consciência da responsabilidade e mais plena de sentido do que antes do tratamento... Certo dia, essa paciente conseguiu escrever para seu médico: “Eu não era um ser humano até o senhor me transformar em um”.

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