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domingo, 25 de fevereiro de 2024

MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (PARTE FINAL)


MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (1ª PARTE); Jesus Cristo; Evangelho; ricos e pobres
O jovem rico

O Senhor Jesus Cristo faz uma descrição comparativa entre dois exemplos de cristãos: o rico e o pobre. Os ricos que praticam os mandamentos de Jesus, e os pobres que fielmente os fazem serão salvos. Com a ressalva que no Reino dos Céus, o menor (pobre) que foi aqui na terra, isto é, os desprezados, humilhados, e que se despojaram das riquezas, da fama e de qualquer outro poder deste mundo. E que se puseram a servir com humildade ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, serão grandes e galardoados no céu: Disse lhe então o moço: "Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?" Jesus lhe respondeu: "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me". O moço, ouvindo essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens. Então Jesus disse aos seus discípulos: "Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. E vos digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Mt 19:20-24

Os discípulos de Jesus ficaram perplexos e se indagaram, porque o Senhor havia dito: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que de um rico entrar no Reino dos Céus”. Mt 19:24. Então, eles perguntaram, se é “impossível” um rico ser salvo, quem poderá se salvar? Jesus, fitando-os, disse: "Ao homem isso é impossível, mas a Deus tudo é possível". Mt 19:26. Os seguidores do Senhor e nós muitas vezes não conseguimos interpretar, ou receber de Deus o significado das parábolas e expressões que Jesus nos comunicava. Há uma passagem bíblica que diz, “onde estiver o vosso coração [3], ali estará o vosso tesouro”. 
O que prejudicava o jovem rico era a riqueza, pois por causa delas não tinha o coração voltado para as coisas de Deus. Sua comunhão com Deus estava comprometida, justamente por ter a confiança e o seu apego voltados unicamente para as riquezas. 
O Senhor Jesus alertou-nos sobre os perigos de servir a dois senhores: “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”. Mt 6:24. No texto bíblico do Evangelho de Mateus, analisamos todo o contexto da narrativa:

Ao ouvirem isso os discípulos ficaram muito espantados e disseram: "Quem poderá então salvar-se?" Jesus, fitando-os, disse: "Ao homem isso é impossível, mas a Deus tudo é possível". Pedro, tomando então a palavra, disse: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?" Disse lhe Jesus: "Em verdade vos digo que, quando as coisas forem renovadas, e o Filho do Homem se assentar no seu trono de glória, também vós, que me seguistes, vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna. Muitos dos primeiros serão últimos, e muitos dos últimos, primeiros. Mt 19:25-30

O Sermão das Bem-Aventuranças

Em certa ocasião, o Senhor Jesus comentou com os discípulos, a respeito de João Batista [4], dizendo, que dentre os nascidos de mulher, ninguém era maior que João. Porém o menor no Reino dos Céus, seria maior que ele. Jesus novamente fez uma afirmação de que os pequenos, os desprezados e os que se fizeram, ou foram pobres no mundo, mas que os serviram, serão maiores que João Batista. Fazendo uma relação entre a pessoa de João e os ricos cristãos, façamos a seguinte pergunta, quem deles será o maior no Reino de Deus? A resposta é clara, pois é óbvio que João Batista será maior no reino celestial, do que os ricos deste mundo. Porquanto eles já receberam o galardão terreno, tiveram um alto padrão de vida, não sofreram com o frio e o calor; não viveram uma vida solitária e angustiante. Possuíram muitos amigos que os tratavam bem; tiveram inumeráveis dias de lazer e festas; praticavam esportes; viajavam pelo mundo, conhecendo lugares exuberantes em resorts e hotéis de luxo; degustaram as comidas mais requintadas nos melhores restaurantes e etc. No sermão das Bem-Aventuranças, nós verificamos a confirmação dessas afirmações:

Desceu com eles e parou num lugar plano, onde havia numeroso grupo de discípulos e imensa multidão de pessoas de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia. Tinham vindo para ouvi-lo e ser curados de suas doenças. Os atormentados por espíritos impuros também eram curados. E toda a multidão procurava tocá-lo, porque dele saía uma força que a todos curava. Erguendo então os olhos para os seus discípulos, dizia: "Bem aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Bem aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Bem aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem, insultarem e proscreverem vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque no céu será grande a vossa recompensa; pois do mesmo modo seus pais tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes a vossa consolação! Ai de vós, que agora estais saciados, porque tereis fome! Ai de vós, que agora rides, porque conhecereis o luto e as lágrimas! Ai de vós, quando todos vos bendisserem, pois do mesmo modo seus pais tratavam os falsos profetas. Lc 6:17-26

Portanto o que mais tiramos de lição sobre o que foi abordado neste tema, é que as riquezas só são boas, quando isentas de impiedade. Reafirmando que existem pessoas [5] que possuem grande poder aquisitivo, e que poderiam muito bem desfrutar da vida: “vivendo a vida inteiramente acomodados”, mas, por causa da obediência a Cristo, negaram-se a si mesmos, optando por servi-lo nas pessoas dos nossos "irmãos menores". Dedicam-se dia e noite na fé e nas boas obras. Prestando culto a Deus e servindo-o; através da disponibilidade de cuidar dos doentes; de visitar os encarcerados; de acolher os moradores em situação de rua, enfim, a todos que incontestavelmente, estão sobrevivendo diante do descaso e, indiferença de um mundo cada vez mais egoísta e sem amor ao próximo. No dia do juízo final, na segunda vinda de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, ele virá para exercer a justiça e para compensar, os que tiveram a coragem de renunciar à impiedade, aos prazeres e às riquezas injustas:

Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, E porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver me'. Então os justos lhe responderão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te ver?' Ao que lhes responderá o rei: 'Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes'. Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Apartai vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso, e não me visitastes'. Então, também eles responderão: 'Senhor, quando é que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te servimos?' E ele responderá com estas palavras: 'Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer'. E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna". Mt 25:31-46




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1. MEU DEUS, O Senhor sempre age com justiça quando eu levo algum problema à sua presença. Agora eu quero fazer uma queixa: por que as pessoas más e desonestas sobem na vida e ficam ricas? Por que os falsos e pecadores vivem felizes e tranqüilos? O Senhor planta essa gente, ela cria raízes e enriquece. Seus lucros aumentam a cada dia. Eles dizem: "Graças a Deus! ", mas é tudo da boca para fora. No fundo do coração, não dão importância ao Senhor. Mas veja o que acontece comigo, pobre e desprezado. O Senhor conhece bem o meu coração, sabe como eu O amo. Ó Deus, leve embora esse povo, como ovelhas indo para o matadouro; dê a ele um terrível castigo! Até quando nossa terra vai ter de suportar as maldades dessa gente? A relva do campo seca por causa desses pecados, os animais e as aves morrem porque os homens desobedecem a Deus, e ainda dizem: Essas ameaças de castigo que Jeremias anda anunciando nunca acontecerão! " Jr 12:1-4

3. Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração. Mt 6:19-21

4. Tendo partido os enviados de João, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido com vestes finas? Ora, os que usam vestes suntuosas e vivem em delícias estão nos palácios reais. Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e mais do que um profeta. É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro à tua frente, ele preparará o teu caminho diante de ti. Digo vos que dentre os nascidos de mulher não há um maior do que João; mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele." Lc 7:24-28

5. ALELUIA! GLÓRIA AO Senhor! Quem ama e obedece ao Senhor e cumpre com alegria os seus mandamentos tem uma vida cheia de bênçãos e alegrias! Sua família será rica e famosa em toda a terra; os filhos e netos deste homem direito serão abençoados por Deus. Ele será rico e sempre lembrado pelas coisas boas que fez. Quando ele estiver cercado pela escuridão, Deus iluminará o seu caminho. Por isso, ele é bondoso, gosta de ajudar os outros e sempre age com justiça. Este homem bom sente grande alegria em ajudar os necessitados com seus bens e sempre realiza seus negócios com honestidade. Ele nunca será derrotado pelas dificuldades da vida e todos se lembrarão dele como um homem justo. Ele não tem medo de más notícias porque o seu coração confia totalmente no Senhor e ele tem uma base firme para sua vida. Por isso, não tem medo de seus inimigos; sabe que Deus o ajudará a vencer. Ele reparte seus bens, ajuda os pobres e necessitados. E assim, será sempre lembrado pelas suas boas obras. Ele terá muita influência e honra em sua sociedade. Os pecadores perversos ficarão furiosos vendo isso; rangerão os dentes e desaparecerão, sem esperança de conseguir sucesso. Sl 112:1-10





Referências


Bíblia Sagrada

Nuno, Fernando. Antônio: O santo do amor. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (1ª PARTE)


MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (1ª PARTE); Jesus Cristo; Evangelho; ricos e pobres
Então disse Jesus aos seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, negue se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.  Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento. Em verdade vos digo que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo em seu Reino". Mt 16:24-28


Quando observamos alguém bem-sucedido, logo o proclamamos uma pessoa bem aventurada, abençoada, feliz, rica... Não faltam adjetivos para dirigir elogios à pessoa que triunfa nos negócios, na empresa, na família e etc. Deste modo o mundo valoriza àqueles que triunfam na sociedade. O oposto desses são os pobres, pois o mundo os tem por escória, são tidos como abomináveis para os ímpios e orgulhosos. Para os ricos, orgulhosos e avarentos que os veem, eles não passam de inúteis; porque não produzem economicamente, sobrevivem à mercê de programas sociais e donativos.

E, muitos de nós somos persuadidos a odiá-los por tudo de ruim que falam deles, e, ao vermos os abastados “prosperando na vida [1],” e gozando daquilo que conquistaram, presumimos que eles têm Deus e não os miseráveis. Estes, portanto, são excluídos e negligenciados por uma classe segregadora e elitista que visa somente enaltecer os poderosos. “Atentai para isto, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os pobres em bens deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? E, no entanto, vós desprezais o pobre! Ora, não são os ricos que vos oprimem, os que vos arrastam aos tribunais? Não são eles os que blasfemam contra o nome sublime que foi invocado sobre vós?” Tg 2:5-7

Isso, porém, que aos homens é deslumbrado como imponente, atraindo os olhares de admiração à beleza; para aqueles que conquistam o sucesso e a fama não tem valor algum diante de Deus Pai. Um exemplo disso, observamos no livro de 1Samuel quando o Profeta Samuel foi até a cidade onde morava Davi, para o ungi-lo rei. Nos primeiros instantes, Samuel titubeou, escolhendo um dos irmãos de Davi, pois era um jovem belo e de estatura alta, mas, Deus disse a ele, que não era este o que havia escolhido: Samuel fez o que o SENHOR lhe disse, e foi a Belém. Os anciãos da cidade, apavorados, vieram-lhe ao encontro e perguntaram: “É de paz a tua vinda? ” — “Sim, é de paz”, respondeu Samuel. “Vim para fazer um sacrifício ao SENHOR. Purificai-vos e vinde comigo, para o sacrifício”. Ele purificou então Jessé e seus filhos e convidou-os para o sacrifício. Assim que chegaram, Samuel viu a Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do SENHOR! ” Mas o SENHOR disse-lhe: “Não te impressiones com a sua aparência, nem com a sua grande estatura; não é este que eu quero. Meu olhar não é o dos homens: o homem vê a aparência, o SENHOR vê o coração”. 1Sm 16:4-7

Dando continuidade ao texto, veremos que os pais de Davi, o chamam para participar da refeição: Samuel perguntou a Jessé: “Todos os teus filhos estão aqui? ” Jessé respondeu: “Resta ainda o mais novo, que está cuidando do rebanho”. E Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos para comer enquanto ele não chegar”. Jessé mandou buscá-lo. Era ruivo, de belos olhos e de aparência formosa. E o SENHOR disse: “Levanta-te, unge-o: é este! Davi por ser o filho mais novo, e podemos inferir, inexperiente, foi delegado por seus pais, no serviço e o cuidado das ovelhas. Examinamos nestes versículos, o quanto Deus ama e preza, pelos desprezados e considerados insignificantes para um povoado ou uma sociedade, e, especificamente neste caso, a sua própria família. Davi, que posteriormente, se tornaria Rei de Israel, não veio de uma família abastada, ou proveniente da monarquia. Deus em sua infinita soberania e poder, escolheu ungir alguém que veio de baixo, por ter vivido e sentido as mesmas humilhações que os pobres viviam, para que ele, então, fizesse justiça aos menos favorecidos. Pois, o Senhor, sabia que Davi faria a sua vontade, ao contrário de Saul, seu predecessor que foi rebelde e desobediente às suas ordens. “Reinou Davi sobre todo o Israel, administrando a justiça e o direito a todo o seu povo”. 2Sm 8:15

Os dízimos e as ofertas

Muitos que afirmam que o dízimo é para o nosso tempo, muitas vezes, omitem ou não deixam claro, qual o objetivo real dos dízimos e das ofertas. Já ouvi pastor falar que a igreja não é instituição de caridade. Que não é função social da denominação auxiliar os pobres, mendigos e moradores de rua, porque essa função é prioridade somente dos governos. Eles só se “esquecem”, de que no livro de Deuteronômio e, em outros livros do AT, que tratam sobre o assunto; enfatizarem que os dízimos eram disponibilizados para o sustento dos levitas. (o que podemos associá-los nos nossos dias aos pastores, e aos que anunciam o Evangelho). “Os levitas eram uma das doze tribos de Israel, que não tinham as mesmas prerrogativas, ou direitos como as demais outras tribos, pois eles foram escolhidos por Deus para o serviço do Templo”. E não somente para a provisão dos levitas, mas era usado para auxiliar no mantimento dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros [2]. De um modo geral, a todos que se encontravam em situação de miséria, que sofriam por não terem o que comerem e nem onde se abrigarem:

Todos os anos separarás o dízimo de todo o produto da tua semeadura que o campo produzir, e diante de Iahweh teu Deus, no lugar que ele houver escolhido para aí fazer habitar o seu nome, comerás o dízimo do teu trigo, do teu vinho novo e do teu óleo, como também os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, para que aprendas continuamente a temer a Iahweh teu Deus. Caso o caminho seja longo demais para ti, e não possas levar o dízimo — porque o lugar que Iahweh teu Deus escolheu para aí colocar o seu nome fica muito longe de ti, quando Iahweh teu Deus te houver abençoado, — vende-o então por dinheiro, toma o dinheiro em tua mão e vai para o lugar que Iahweh teu Deus houver escolhido. Lá trocarás o dinheiro por tudo o que desejares: vacas, ovelhas, vinho, bebida embriagante, tudo enfim que te apetecer. Comerás lá, diante de Iahweh teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua família. Quanto ao levita que mora nas tuas cidades, não o abandonarás, pois ele não tem parte nem herança contigo. A cada três anos tomarás o dízimo da tua colheita no terceiro ano e o colocarás em tuas portas. [2] Virá então o levita (pois ele não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que vivem nas tuas cidades, e eles comerão e se saciarão. Deste modo Iahweh teu Deus te abençoará em todo trabalho que a tua mão realizar. Dt 14:22-29

Os ricos ímpios e avarentos

Aprendemos que a predileção especial de Deus é para com os mais fracos, tanto os desprovidos de apoio espiritual e daqueles que não possuem o necessário para sobreviverem com dignidade. Não podemos, contudo, demonizar todos os ricos, pois existem pessoas bem sucedidas que são humildes e que se solidarizam com os mais vulneráveis da sociedade. Conforme, exposto, Deus não é totalmente contra os ricos. O que o deixa irritado é o rico ímpio, avarento e insensato, pois só busca os seus interesses, e não se preocupa com ninguém: além dele, da sua família e de seus amigos. Trago para vocês um fato curioso sobre a história de Santo Antônio, quando ele fazia a homilia no enterro de um rico de Florença: “Em outro caso, que mais tarde também se difundirá – embora nem sempre seja atribuído a Santo Antônio –, conta-se que ele chegou a Florença quando havia acabado de morrer um dos homens mais ricos da cidade.

Durante a missa de corpo presente, na igreja repleta, Antônio dá o tema do sermão: “Onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração”. E desenvolve uma bela homilia sobre a avareza e a mesquinhez, enfatizando o conhecido argumento de que riquezas acumuladas não trilham o caminho do céu, a este mundo pertencem, e que todos nós , quando mortos, chegamos pobres e desprovidos delas ao outro lado, e assim nos apresentamos diante do Senhor. Como tantos outros, aquele homem dedicara o coração a seu tesouro, e só nele encontrava descanso. Por isso, se procurassem bem, o coração do avarento seria encontrado no meio de suas riquezas.

A princípio, os fiéis ali reunidos tomam essas palavras como uma parábola. No entanto, ocorre a alguém da família, conhecedor da clarividência do frade santo, abrir as arcas do tesouro do falecido. Ali, na presença de outros parentes e amigos, descobre, para estupor de todos, o coração do morto, ainda palpitante, a sangrar entre as moedas de outro tão afanosamente acumuladas”. (NUNO, Fernando p. 204-205). Esse relato extraordinário de Santo Antônio, está interligado à parábola do rico e do Lázaro, pois os dois são análogas ao abordarem: A condenação dos ricos avarentos. O Salmista Davi nos traz as características perversas, daqueles que se tornaram poderosos. Por terem muito dinheiro e poder, tornaram-se ímpios e orgulhos, por isso, negam e insultam a Deus, perseguindo e matando os pobres, sem temer a justiça e a Deus:

Por que, SENHOR, permaneces afastado e te ocultas no tempo da aflição? Com arrogância os ímpios perseguem o indefeso; que fiquem emaranhados em suas próprias tramas! O infiel se gaba de sua própria ambição, o avarento menospreza e insulta a Deus. O ímpio é soberbo, não quer saber desse assunto. “Deus não existe!” é tudo o que de fato pensa. Seus negócios têm contínuo sucesso; muito além da sua compreensão está atua Lei, por isso ele faz pouco caso dos seus adversários, pensando consigo mesmo: “Eu sou inabalável! Desgraça alguma me atingirá, nem a mim nem aos meus descendentes”. Sua boca está sempre cheia de fraudes, maldições e ameaças; violência e todo tipo de maldade estão em sua língua. Põe-se de emboscada próximo aos vilarejos e às escondidas massacra o inocente. Fica à espreita como leão escondido; coloca-se de tocaia para apanhar o necessitado; agarra o pobre e o arrasta em sua rede. Ele espreita, se agacha, se encurva, e o infeliz cai em seu poder. Imagina consigo mesmo: “Deus se esqueceu; escondeu seu rosto e nunca dará atenção a isto”. Levanta-te, SENHOR! Ergue a tua mão, ó Deus! Não te esqueças dos desamparados. Por que o ímpio despreza a Deus, dizendo em seu íntimo: “Tu não me pedirás contas”? Mas tu vês o sofrimento e a dor; e tomas esses sentimentos em tuas mãos. O sofredor se entrega a ti, pois tu és o protetor do órfão. Quebras o braço do ímpio e do maldoso, pedes contas de sua crueldade, até que dela nada mais seja visto. O SENHOR reina todos os dias e eternamente; da sua terra desapareceram os outros povos. Tu, SENHOR, ouves a oração dos necessitados; tu lhes fortalecerás o coração e atenderás ao seu clamor. Defende o que não tem pai e o oprimido, a fim de que o homem, que é pó, já não provoque o terror. Sl 10:1-18

Deus o Pai dos órfãos e das viúvas

Umas das características que distinguem os pobres dos ricos, é que os ricos e milionários têm muitos que os apoiam. São amparados
por familiares e amigos que os protegem, auxiliando-os a se erguerem quando “tropeçarem”. Oferecendo o suporte afetivo e material, imprescindíveis nas suas dificuldades. Enquanto que o pobre é abandonado até mesmo por seus familiares, amigos e conhecidos: “O amigo não se revela na prosperidade, nem o inimigo se esconde no tempo da desgraça. Quando alguém prospera, os inimigos ficam tristes, mas quando alguém cai na desgraça, até o amigo vai embora. Jamais confie no inimigo, pois a sua maldade é metal que enferruja”. Eclo 12:8-1

No livro de Eclesiástico capítulo 13:19-30, os versículos conotam o quanto perigoso é para os pobres, conviverem com os ricos: “Todo ser vivo ama o seu semelhante, assim todo homem ama o seu próximo. Toda carne se une a outra carne de sua espécie, e todo homem se associa ao seu semelhante. O lobo jamais terá amizade com o cordeiro: assim é entre o pecador e o justo. Que relação pode haver entre um santo homem e um cão? Que ligação pode ter um rico com um pobre? O onagro é a presa do leão no deserto: assim os pobres servem de pasto aos ricos. E como a humanidade é abominada pelo orgulhoso, do mesmo modo o pobre causa horror ao rico. Um rico abalado é apoiado pelos seus amigos. O pobre que tropeça é ainda empurrado pelos seus companheiros. Quando um rico é enganado, numerosos são aqueles que o vêm ajudá-lo, se diz tolices, o apoiam. Quando um pobre é enganado, ainda merece censura, e, se falar com sabedoria, não o levam em consideração. Se fala o rico, todos se calam, e glorificam suas palavras até às nuvens, se fala um pobre, dizem: Que é este homem? E se ele tropeçar, fazem-no cair. A riqueza é boa para quem não tem a consciência pesada, péssima é a pobreza do mau que se lastima”.


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