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sábado, 9 de setembro de 2017

A RELAÇÃO DA REJEIÇÃO PATERNA NA CONDUTA SEXUAL DE RISCO DAS MULHERES

Artigos, Rejeição Paterna, Psicologia, Transtorno da Personalidade Borderline, Relação Paterna
A partir do conhecimento de mulheres que foram rejeitadas por seus pais quando crianças, ou na pré-adolescência, e que na vida adulta tiveram uma vida desregrada, (inconstante nos relacionamentos de cunho sexual); é que este comportamento disfuncional, muito possivelmente, tenha relação nas rejeições imputadas dos pais. A rejeição paterna é identificada como um dos fatores para o desencadeamento do comportamento sexual disfuncional nas mulheres. O resultado disso é inúmeros relacionamentos que sempre fracassam, mas que tem como pano de fundo, compensar a frustração e a dor de terem sido desprezadas pelos pais.
Há um transtorno que é denominado de Transtorno da Personalidade Borderline, que faz com que mulheres apresentem um comportamento sexual de risco, (sem entrar na condição da perversão sexual ou da ninfomania). Vejamos algumas considerações referenciais, conforme o DSM-V, sobre esta psicopatologia: “Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline fazem esforços frenéticos para evitarem um abandono real ou imaginado (Critério 1). A percepção da separação ou rejeição iminente ou a perda da estrutura externa podem ocasionar profundas alterações na autoimagem, afeto, cognição e comportamento”. [...].
Outro ponto a ser considerado, é que a predominância é muito maior em mulheres, do que em homens. “O Transtorno da Personalidade Borderline é diagnosticado predominantemente em mulheres (cerca de 75%)”. [...]. “Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline tem um padrão de relacionamentos instáveis e intensos (Critério 2). Ele(a)s podem idealizar potenciais cuidadores ou amantes já no primeiro ou no segundo encontro, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhar detalhes extremamente íntimos na fase inicial de um relacionamento. Pode haver, entretanto, uma rápida passagem da idealização para a desvalorização, por achar que a outra pessoa não se importa o suficiente, não dá o bastante, não está "ali" o suficiente”. (DSM-V).
A palavra "rejeição", surge dentro do contexto de diagnóstico, que nos traz o DSM-V, como critério 1, para o diagnóstico do transtorno já mencionado. Mas, gostaria de fazer um parênteses; não li ainda nenhum artigo científico, ou com referência bibliográfica, que coloca especificamente a “rejeição paterna”, como fator predominante para a manifestação do Transtorno da Personalidade Borderline (Obs. é óbvio que fica subentendido, que o DSM-V, utiliza o termo: rejeição de maneira generalizada, o que pressupõe a rejeição paterna) como um dos principais fatores para desencadear o Transtorno da Personalidade Borderline.
Através de tudo o que já vimos, fica o questionamento, "A rejeição paterna é um fator predominante, para o acometimento desse transtorno comportamental a estas mulheres?" A resposta é que 'sim', pois o pai exerce papel fundamental no desenvolvimento psicossexual dos filhos e filhas, neste caso agora específico as mulheres.
A constatação que diz o DSM-V, que já foi exposto é que elas idealizam na figura do parceiro sexual, a figura do pai ausente, não encontrando neste (desvalorização), vai em busca de outro; é como uma forma de diminuir a dor do trauma deixado pelo progenitor, o que jamais isso ocorrerá; isso é apenas uma forma de recalque para não se posicionar firmemente para a resolução do trauma.
Concluo o texto com algumas citações do artigo intitulado: A importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil, da autora: Edyleine Belline Peroni Benczik. Vamos analisar algumas delas:

1) As teorias psicológicas e as pesquisas científicas afirmam e fundamentam o papel da figura paterna no desenvolvimento e no psiquismo infantil. É pressuposto da teoria psicanalítica o papel estruturante do pai, a partir da instauração do complexo de Édipo. Na trama familiar, o sujeito se constrói e sai do estado de natureza para ingressar na cultura. Freud, em seu trabalho Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância, afirma: “na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada”.
2) Para Aberatury (1991), o lugar do pai, entre seis e doze meses, não é tão destacado na literatura, como acontece com a figura materna, no entanto, o contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança, devido à sua função estruturante para o desenvolvimento do ego.
3) A partir de um estudo de caso clínico e de uma rigorosa revisão da literatura, relacionada à importância da figura paterna na vida dos filhos, Eizirik e Bergamann afirmam que a ausência paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento.
4) Segundo Muza, crianças que não convivem com o pai acabam tendo problemas de identificação sexual, dificuldades de reconhecer limites e de aprender regras de convivência social. Isso mostraria a dificuldade de internalização de um pai simbólico, capaz de representar a instância moral do indivíduo.
5) A privação do pai pode ter consequências graves, a longo prazo, com problemas na modulação e na intensidade do afeto. 6) O vazio promovido pela ausência do pai, segundo Ferrari, é formado pela noção das crianças de não serem amadas pelo genitor que está ausente, com uma grande desvalorização de si mesmas, em consequência disso. Além dessa autodesvalorização, ocorrem os sentimentos de culpa por a criança se achar má, por acreditar haver provocado à separação e até por ter nascido.

Como destacado nas citações, a importância do pai para o desenvolvimento dos filhos, é essencial para que haja o pleno desenvolvimento saudável do recém nascido(a).  Para que, quando adulto, não apresente dificuldades de interação social, comportamento disfuncional de afeto e problemas de ordem psíquica. Apesar de especificar o trato da importância relacional, entre pai-filho no artigo utilizado para contextualizar o texto, não podemos ignorar que a referência teórica, pode ser utilizada às mulheres, principalmente no que conferem os itens descritos acima: 3, 4 e 5. Como vimos e ratificado, os pais de meninas, têm um papel importante para as mulheres, principalmente no que diz respeito ao comportamento sem alterações anormais (fazemos uma alusão ao Transtorno da Personalidade Borderline); a importância de adquirir interesse moral; e a estruturação afetiva normal.


Referência:

BENCZIK., Edyleine Bellini Peroni. A importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil. Rev. Psicopedagogia: Trabalho realizado no Psiquê - Núcleo de Psicologia, São Paulo, p.67-75, 18 jan. 2011.

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