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18 de novembro de 2017

O continente de Tiro não teria sido Atlântida, mencionado pelo Profeta Ezequiel?

Quem nunca ouviu falar sobre o lendário continente da Atlântida, seja por meio de documentários, séries ou livros? O enigma que rodeia essa civilização antiga gera intensos debates entre estudiosos de diversas áreas, especialmente na arqueologia, que ainda tentam chegar a um consenso sobre a veracidade de sua história, se realmente existiu ou se é apenas fruto da imaginação.

No decorrer do tempo, o conceito de Atlântida foi se formando a partir de evidências arqueológicas, incluindo a descoberta de artefatos de ouro e prata, que os cientistas acreditam ter origem na época em que Atlântida teria florescido. Além disso, há relatos bíblicos do Profeta Ezequiel, que mencionou um continente chamado Tiro – que alguns questionam se não poderia ser uma referência à própria Atlântida. Os diálogos do filósofo grego Platão, que também discorreu sobre a existência desse continente, foram fundamentais para enriquecer ainda mais a narrativa. O aspecto "lendário" de Atlântida está profundamente ligado aos mistérios que cercam seu desaparecimento e ao impressionante avanço tecnológico que, para sua época, parecia inimaginável.

O Profeta Ezequiel narra a destruição do continente de Tiro, que, assim como a lendária Atlântida, foi submerso nas águas do mar. Isso nos leva a conjecturar sobre a possível identificação de Tiro com Atlântida, estabelecendo uma conexão com os relatos de Platão. No entanto, ainda persiste uma multitude de dúvidas e questionamentos entre os pesquisadores. Apesar do avanço científico da modernidade, não conseguimos encontrar vestígios estruturais que comprovem a existência de Atlântida.

Nos capítulos 26, 27 e 28 do livro de Ezequiel, são apresentados os motivos da queda de Tiro, suas riquezas e seu comércio marítimo. Além da obra de Ezequiel, há também o livro de José Alvarez López, intitulado "A Reconstrução de Atlântida", que servirá como base para este texto. Contudo, uma imprecisão chama a atenção nessa obra: José Alvarez López sugere que Társis seria Atlântida. Porém, o Livro de Ezequiel descreve Társis como uma colônia fenícia da Espanha (Gn 10, 4; Is 23, 1; 50, 9) que mantinha comércio de metais com Tiro, conforme indicado em uma nota de rodapé. De acordo com Ezequiel, foi Tiro, e não Társis, que estava situada nos mares e que sofreu a destruição.

Vejamos, alguns versículos Bíblicos do Livro de Ezequiel, sobre o continente de Tiro:

“No décimo primeiro ano, no primeiro dia do mês, a palavra do Senhor me foi dirigida nestes termos: “Filho de homem, Tiro disse a respeito de Jerusalém: “Ah! Ah! Está quebrada a porta dos povos! Ela se voltou para mim! A cidade opulenta ficou arruinada! Ez 26, 1-2.
“Sobre ti entoarão um canto fúnebre e te dirão: ‘Como te arruinaste, varrida dos mares, cidade famosíssima! Ela era uma potência marítima com seus habitantes, espalhava terror em toda a parte. Agora tremem as ilhas no dia de tua queda, as ilhas que estão no mar estarrecem com teu fim’. Pois assim diz o Senhor DEUS: Quando fizer de ti uma cidade em ruínas, como as cidades desabitadas, quando fizer de ti e as grandes águas te cobrirem, então te farei morar nas profundezas da terra, nas ruínas antigas com os que descem à cova, para que não voltes a ser restabelecida na terra dos vivos. Farei de ti um objeto de terror e deixarás de existir. Serás procurada mas nunca serás encontrada – oráculo do Senhor DEUS” Ez 26, 17-21.
“A palavra do SENHOR me foi dirigida nestes termos: Quanto a ti filho de homem, entoa um canto fúnebre sobre Tiro. Dirás a Tiro, situada à entrada do mar, entreposto internacional para muitas ilhas: Assim diz o Senhor DEUS: Tiro, tu disseste: sou um navio de perfeita beleza! O coração do mar é tua fronteira, teus construtores aperfeiçoaram tua beleza”. Ez 27, 1-4.
“Navios de Társis formavam tuas caravanas comerciais. Estavas bem abastecida e rica no coração dos mares. Em alto-mar te conduziram teus remadores, mas o vento oriental desmantelou-te no coração dos mares. Tua opulência, mercadorias e artigos, teus marinheiros e tua tripulação, teus reparadores e guerreiros que estiverem contigo, com toda a multidão que houver dentro de ti, afundarão em pleno mar quando naufragares.” Ez 27, 25-27.
“Agora estás desmantelada no mar, nas profundezas das águas! Teus artigos e toda a tripulação a bordo afundaram”. Ez 27, 34.
“A palavra do SENHOR me foi dirigida nestes termos: “Filho de homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porque teu coração se tornou orgulhoso, tu disseste: ‘Sou um deus, ocupo um trono divino no coração dos mares’. Tu, porém, és mortal e não um deus. És mais sábio do que Daniel! Segredo algum te é obscuro. Com talento e habilidade fizeste fortuna, acumulaste ouro e prata em teus tesouros. Com grande tino comercial fizeste fortuna. Mas teu coração se tornou soberbo com a fortuna”. Ez 28, 1-5.

A destruição de Tiro foi uma manifestação da justiça divina, em resposta à soberba e à injustiça do seu rei em relação a Jerusalém. Na Bíblia Sagrada, especialmente no Antigo Testamento, encontramos diversos relatos de punições destinadas a outros povos, como no caso de Sodoma e Gomorra, além do faraó do Egito e muitos outros reinos. Deus, em sua justiça, não permitiria que as atrocidades cometidas pelo rei de Tiro, assim como as de outras nações que, mais tarde, se tornariam ímpias, ficassem impunes.

A arrogância do rei de Tiro o levou à sua própria queda, pois ele desprezava a magnificência e a autoridade de Deus sobre a humanidade, considerando-se, de certa forma, um deus. As riquezas o corromperam a tal ponto que ele acreditava estar acima de Deus e das pessoas. Assim, Deus o destronou, pois a soberba é algo que abomina tanto a divindade quanto os seres humanos. Como está escrito em Tiago 4:6: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes".

Aqueles que são arrogantes tendem a pisar, humilhar e escarnecer dos mais fracos. O poder concedido ao homem revela, muitas vezes, seu verdadeiro caráter. No entanto, tanto o rei quanto todos os que governam de forma totalitária neste mundo esquecem que Deus se opõe aos soberbos e faz justiça em favor dos pobres e oprimidos. Os soberbos e escarnecedores nunca conseguirão alcançar a santificação nem experimentar a vida eterna! Portanto quem humilha, um dia será humilhado e destituído de seu poder temporal. "Quando vem a soberba, então vem a desonra; mas com os humildes está a sabedoria". Provérbios 11:2.

Atrelado ao texto de Ezequiel, gostaria de citar os textos do livro: A reconstrução de Atlântida por José Alvarez López; nos seus subtítulos: Relato da Atlântida por Platão e o Relato da Atlântida em suas íntegras:

Relato da Atlântida por Platão (Merejkowsky e a bomba atômica)

O diálogo de Platão chamado Timeo foi considerado durante milênios a máxima expressão do pensamento do filósofo. A antiguidade e toda a Idade Média viveram preocupadas tratando de penetrar nos múltiplos mistérios de um diálogo, onde o microcosmo (homem) e o macrocosmo (universo) aparecem formando as duas faces de uma mesma moeda. Todos os estudiosos de Platão concordaram que seus diálogos têm sempre um conteúdo oculto, cujo significado inevitavelmente nos escapa. Ortega e Gasset diziam, assinalando esta particularidade da literatura platônica: ”Ninguém entendeu o Protágoras, outro dos importantes diálogos do mestre mas, recentemente, outro erudito da filosofia platônica (F. de Samaranch) disse que até no jogo das palavras se descobre uma intenção oculta”.
É esta atmosfera misteriosa que rodeia os diálogos platônicos, desde seu aparecimento na Grécia do Século V a.C., o motivo pelo qual até o próprio começo do Timeo motivou a preocupação de milhões de interessados na filosofia platônica. Começa este diálogo com a interrogação socrática tantas vezes repetida: "Um, dois, três, onde está o quarto?". Sócrates se refere a seus interlocutores presentes (Timeo, Crítias, Hermócrates), porém, fica a incógnita em torno do quarto personagem pelo qual interroga.
À parte este mistério, todos sabem que Platão é um mestre na matemática cabalística e que esconde seus números sob o cenário dos diálogos. Por exemplo, ninguém pensará que é uma simples coincidência que no “Simposium” Platão situe onze personagens masculinos e um feminino. O jogo do onze mais a exceção é um velho truque cabalístico que vemos reproduzir-se em todos os escritos antigos. Por exemplo, na Divina Comédia, de Dante, este jogo numerológico se repete constantemente em cada uma das três partes de trinta e três cantos, escritas, por acréscimo, em hendecassílabo em terço. E isto para não citar toda a literatura antiga, desde a bucólica até a alquimista, passando pelo teatro e pela gnose.
Estava a interrogação socrática pelo quarto convidado vinculada à Atlântida? Para Merejkowsky, o profundo ensaísta russo, Sócrates conta as humanidades com os três dilúvios que se encontram mais adiante no Crítias, onde se afirma que o último desses foi o dilúvio de Deucalião. Segundo Merejkowsky, Sócrates interroga-se pelo destino da quarta humanidade, que seria a nossa.
A resposta assustava Merejkowsky, pois vinte anos antes de alguém ter pensado na bomba atômica ele já a havia previsto, pois em sua obra Atlântida-Europa, afirmava que a bomba atômica arrasaria nossa civilização, da mesma forma que aniquilou a Atlântida.
Não deixa de ser surpreendente que vinte anos antes de algum físico pensar sequer na possibilidade da existência de semelhante dispositivo técnico, Merejkowsky escrevera frases que não tinham para a época qualquer sentido, porém que cinquenta anos depois são perfeitamente claras para nós.
Foi uma adivinhação genial, ou realmente a Atlântida foi destruída pela energia atômica? Leiamos o que escrevia Merejkowsky há cinquenta anos:
“Parece que a guerra universal não será somente a destruição de uns povos por outros, mas sim a destruição da humanidade em si mesma”. Tudo isto que parece um conto ou uma visão do Apocalipse é talvez uma realidade já próxima, se bem que nos ocultem-na. Cada nação dissimula cuidadosamente às suas vizinhas os segredos de suas invenções militares.
“O juízo do mundo e de tudo o que está no mundo se faz pelo fogo. Quando o fogo vier, julgará e tomará tudo. O mistério da próxima guerra, que será sem dúvida a última, é o mistério do Ocidente: A Atlântida-Europa”.
Está claro que para Merejkowsky a Atlântida foi destruída por um dispositivo técnico desconhecido pelo seu tempo, mas que vinte anos depois seria perfeitamente reconhecível. Esta autêntica profecia poderá parecer surpreendente, porém é um ponto no qual estão de acordo Platão, Ezequiel e Merejkowsky. 

Relato de Atlântida

Começando com o relato de Atlântida, o sacerdote continua: “Naquele tempo, era possível atravessar o atlântico. Havia uma ilha do que vós chamais as colunas de Hércules (Gibraltar), maior tamanho que o Egito e a Ásia Menor juntos. E os viajantes daqueles tempos podiam passar desta ilha às demais ilhas, e destas últimas podiam ganhar todo o continente, na costa oposta deste mar que merecia realmente seu nome. Pois em um dos lados, dentro deste estreito que falamos, parece que não havia mais que um porto de boca muito fechada e que, do outro lado, para fora, existe este verdadeiro mar e a terra que o rodeia, a qual se pode chamar realmente um continente, no próprio sentido da palavra. Ora, pois nesta ilha Atlântida uns reis haviam formado um império grande e maravilhoso. Este império era senhor de toda a ilha e também de muitas outras ilhas e de partes do continente. Além disso, na parte vizinha a nós, possuíam a África até o Egito e a Europa até a Etrúria”.
Narra depois o sacerdote, o começo da guerra originada no intento atlante de colonizar Atenas e disse:
“Porém, no tempo subsequente, houve terríveis tremores de terra e cataclismo. Durante um dia e uma noite horríveis, todo o exército de Atenas foi tragado pela terra e desse modo a ilha Atlântida submergiu no mar e desapareceu. Eis porque, todavia hoje, este mar é difícil e inexplorável devido às suas profundidades baixas e lodosas que a ilha ao fundir-se deixou”.
Não será necessário assinalar que Platão fala aqui da América, nos mesmos termos em que qualquer europeu o pôde fazer depois de Cólon. Isto sempre chamou a atenção e mostra um completo conhecimento da geografia do Atlântico e da América. Já vimos como anteriormente Platão nos falou da sucessão dos períodos glaciais e carboníferos, os quais, segundo o sacerdote de Sais, devem-se a modificações da órbita terrestre. Esta é, curiosamente, a hipótese atualmente mais aceita para explicar os alternantes períodos glaciais e carboníferos de que nos fala Platão.
Porém, deve-se destacar aqui um aspecto não levado em conta pelos estudiosos do texto platônico, que é o caráter insular do império atlante. Platão fala de muitas ilhas em relação à Atlântida. O império atlante era, segundo Platão, um arquipélago. Curiosamente, em coincidência com o texto platônico, podemos observar que no texto de Ezequiel também se fala do arquipélago de Társis Tiro: “Agora se estremecerão as ilhas ao dia de tua queda, sim, as ilhas que estão no mar se espantarão com teu êxito” (Ez. XXVI-18). “Todos os moradores das ilhas se maravilharão sobre ti e seus reis tremerão de espanto” (Ez. XXVII-35). Társis está sempre associado às ilhas, pois no Salmo 72 lemos: “Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes”.
Platão é muito conciso na descrição dos terremotos e maremotos que determinaram a catástrofe. A descrição de Társis pelo fogo imita o texto platônico e é possível que se trate de uma referencia à mesma Atlântida, que o escritor hebreu chama de Társis ou Tiro? “Farei subir sobre ti o abismo e as muitas águas te cobrirão”. (Ez. XXVI-19).
Muitas das lendas antigas sobre cataclismo e catástrofes estão associadas ao mistério de Atlântida. O mais provável é que depois da catástrofe subsistiram multidões de ilhas do arquipélago atlântico e que um delas fora Társis (Tiro), hoje desaparecida.


Referências:

Bíblia Sagrada: Edição da família. 46ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 1440 p.

LÓPEZ, José Alvarez. A reconstrução de Atlântida: Enigmas e mistérios do universo. São Paulo: Hemus Editora Limitada. 125 p. Carlos Antônio Lauand.

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