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25 de fevereiro de 2024

MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (PARTE FINAL)

Artigo; Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos últimos, os primeiro; Parábola do homem rico, e do Lázaro; parte final
Ilustração de Lázaro no Portão do Homem Rico, de
Fyodor Bronnikov, 1886
 O jovem rico


O Senhor Jesus Cristo faz uma descrição comparativa entre dois exemplos de cristãos: o rico e o pobre. Os ricos que praticam os mandamentos de Jesus, e os pobres que fielmente os fazem serão salvos. Com a ressalva que no Reino dos Céus, o menor (pobre) que foi aqui na terra, isto é, os desprezados, humilhados, e que se despojaram das riquezas, da fama e de qualquer outro poder deste mundo. E que se puseram a servir com humildade ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, serão grandes e galardoados no céu: Disse lhe então o moço: "Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?" Jesus lhe respondeu: "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me". O moço, ouvindo essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens. Então Jesus disse aos seus discípulos: "Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. E vos digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Mt 19:20-24

Os discípulos de Jesus ficaram perplexos e se indagaram, porque o Senhor havia dito: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que de um rico entrar no Reino dos Céus”. Mt 19:24. Então, eles perguntaram, se é “impossível” um rico ser salvo, quem poderá se salvar? Jesus, fitando-os, disse: "Ao homem isso é impossível, mas a Deus tudo é possível". Mt 19:26. Os seguidores do Senhor e nós muitas vezes, não conseguimos interpretar, ou receber de Deus o significado das parábolas e expressões que Jesus nos comunicava. Há uma passagem bíblica que diz, “onde estiver o vosso coração [3], ali estará o vosso tesouro”. O empecilho que prejudicava o jovem rico, era a riqueza, pois por causa delas, ele não estava com o coração voltado completamente para as coisas de Deus. Dificultava, aliás, a comunhão completa com Deus, pois, por ser muito rico, o seu apego e a sua confiança estavam voltados, exclusivamente, para as riquezas. Portanto, ele não era perfeito diante de Deus, pois o Senhor mesmo disse: “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”. Mt 6:24. No texto bíblico de Mateus, analisamos todo o contexto da narrativa dos discípulos com o Senhor:

Ao ouvirem isso, os discípulos ficaram muito espantados e disseram: "Quem poderá então salvar-se?" Jesus, fitando-os, disse: "Ao homem isso é impossível, mas a Deus tudo é possível". Pedro, tomando então a palavra, disse: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?" Disse lhe Jesus: "Em verdade vos digo que, quando as coisas forem renovadas, e o Filho do Homem se assentar no seu trono de glória, também vós, que me seguistes, vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna. Muitos dos primeiros serão últimos, e muitos dos últimos, primeiros. Mt 19:25-30


O Sermão das Bem-Aventuranças

Em certa ocasião, o Senhor Jesus comentou com os discípulos, a respeito de João Batista [4], dizendo que dentre os nascidos de mulher, ninguém era maior que João, mas o menor no Reino dos Céus, seria maior que ele. Nosso Senhor, novamente fez uma afirmação de que os pequenos, os desprezados e os que se fizeram, ou foram pobres no mundo, mas, que os serviram, serão maiores que João Batista. Fazendo uma relação entre a pessoa de João e os ricos cristãos, questionamos, quem deles será o maior no Reino de Deus? A resposta é clara, pois é óbvio que João Batista será maior no reino celestial, do que os ricos deste mundo. Porquanto eles já receberam o galardão terreno, tiveram um alto padrão de vida, não sofreram com o frio e o calor; não viveram uma vida solitária e angustiante. Possuíram muitos amigos que os tratavam bem; tiveram inumeráveis dias de lazer e festas; praticavam esportes; viajavam pelo mundo, conhecendo lugares exuberantes em resorts e hotéis de luxo; degustaram as comidas mais requintadas nos melhores restaurantes e etc. No sermão das Bem-Aventuranças, nós verificamos a confirmação desses argumentos:

Desceu com eles e parou num lugar plano, onde havia numeroso grupo de discípulos e imensa multidão de pessoas de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia. Tinham vindo para ouvi-lo e ser curados de suas doenças. Os atormentados por espíritos impuros também eram curados. E toda a multidão procurava tocá-lo, porque dele saía uma força que a todos curava. Erguendo então os olhos para os seus discípulos, dizia: "Bem aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Bem aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Bem aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem, insultarem e proscreverem vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque no céu será grande a vossa recompensa; pois do mesmo modo seus pais tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes a vossa consolação! Ai de vós, que agora estais saciados, porque tereis fome! Ai de vós, que agora rides, porque conhecereis o luto e as lágrimas! Ai de vós, quando todos vos bendisserem, pois do mesmo modo seus pais tratavam os falsos profetas. Lc 6:17-26

Em última análise, a principal lição que podemos extrair deste tema é que as riquezas só têm valor quando estão isentas de impiedade. Como já mencionado, existem pessoas que possuem um considerável poder aquisitivo e poderiam facilmente viver de maneira confortável, desfrutando dos prazeres da vida de forma tranquila. No entanto, em obediência a Cristo, elas optaram por negar a si mesmas e servir ao Senhor, manifestando seu amor por meio do cuidado com os irmãos mais necessitados. Dedicar-se integralmente à fé e às boas obras é o que essas pessoas fazem, dia e noite. Elas prestam culto a Deus e cuidam dos enfermos, visitam os encarcerados e acolhem aqueles que vivem em situação de rua, estendendo a mão a todos que, diante da indiferença e do descaso de um mundo cada vez mais egoísta, lutam para sobreviver. No dia do juízo final, durante a segunda vinda de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele virá exercer a justiça e recompensar os justos que, com coragem, renunciaram à impiedade, aos prazeres efêmeros e às riquezas injustas.

"Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, E porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver me'. Então os justos lhe responderão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te ver?' Ao que lhes responderá o rei: 'Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes'. Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Apartai vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso, e não me visitastes'. Então, também eles responderão: 'Senhor, quando é que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te servimos?' E ele responderá com estas palavras: 'Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer'. E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna". Mt 25:31-46



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1. MEU DEUS, O Senhor sempre age com justiça quando eu levo algum problema à sua presença. Agora eu quero fazer uma queixa: por que as pessoas más e desonestas sobem na vida e ficam ricas? Por que os falsos e pecadores vivem felizes e tranquilos? O Senhor planta essa gente, ela cria raízes e enriquece. Seus lucros aumentam a cada dia. Eles dizem: "Graças a Deus! ", mas é tudo da boca para fora. No fundo do coração, não dão importância ao Senhor. Mas veja o que acontece comigo, pobre e desprezado. O Senhor conhece bem o meu coração, sabe como eu O amo. Ó Deus, leve embora esse povo, como ovelhas indo para o matadouro; dê a ele um terrível castigo! Até quando nossa terra vai ter de suportar as maldades dessa gente? A relva do campo seca por causa desses pecados, os animais e as aves morrem porque os homens desobedecem a Deus, e ainda dizem: Essas ameaças de castigo que Jeremias anda anunciando nunca acontecerão! " Jr 12:1-4

3. Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração. Mt 6:19-21


4. Tendo partido os enviados de João, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido com vestes finas? Ora, os que usam vestes suntuosas e vivem em delícias estão nos palácios reais. Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e mais do que um profeta. É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro à tua frente, ele preparará o teu caminho diante de ti. Digo vos que dentre os nascidos de mulher não há um maior do que João; mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele." Lc 7:24-28

5. ALELUIA! GLÓRIA AO Senhor! Quem ama e obedece ao Senhor e cumpre com alegria os seus mandamentos tem uma vida cheia de bênçãos e alegrias! Sua família será rica e famosa em toda a terra; os filhos e netos deste homem direito serão abençoados por Deus. Ele será rico e sempre lembrado pelas coisas boas que fez. Quando ele estiver cercado pela escuridão, Deus iluminará o seu caminho. Por isso, ele é bondoso, gosta de ajudar os outros e sempre age com justiça. Este homem bom sente grande alegria em ajudar os necessitados com seus bens e sempre realiza seus negócios com honestidade. Ele nunca será derrotado pelas dificuldades da vida e todos se lembrarão dele como um homem justo. Ele não tem medo de más notícias porque o seu coração confia totalmente no Senhor e ele tem uma base firme para sua vida. Por isso, não tem medo de seus inimigos; sabe que Deus o ajudará a vencer. Ele reparte seus bens, ajuda os pobres e necessitados. E assim, será sempre lembrado pelas suas boas obras. Ele terá muita influência e honra em sua sociedade. Os pecadores perversos ficarão furiosos vendo isso; rangerão os dentes e desaparecerão, sem esperança de conseguir sucesso. Sl 112:1-10


Referências


Bíblia Sagrada
Nuno, Fernando. Antônio: O santo do amor. – Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2007.

19 de fevereiro de 2024

MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (1ª PARTE)


Artigo; Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos últimos, os primeiro; Parábola do homem rico, e do Lázaro; primeira parte
Ilustração de Lázaro no Portão do Homem Rico, de
Fyodor Bronnikov, 1886.
Então disse Jesus aos seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, negue se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.  Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento. Em verdade vos digo que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo em seu Reino". Mt 16:24-28



Quando alguém alcança a estabilidade financeira, é muito comum acreditarmos que ela seja privilegiada, realizada e feliz. Há uma infinidade de adjetivos para elogiar os que triunfam no mundo dos negócios, nas suas carreiras ou nas suas famílias. Por outro lado, os menos favorecidos enfrentam indiferenças num mundo que valoriza acima de tudo, o status e as posses materiais. Para muitos, os pobres são vistos como incapazes; eles não geram riquezas e dependem de programas sociais e doações para sobreviverem.

Infelizmente grande parte de nós é influenciado a desprezar esses indivíduos, alimentando estigmas negativos que lhes são atribuídos. Sobretudo quando fazemos um paralelo com os abastados que prosperam. Presumimos então, que eles possuem uma conexão especial com Deus, enquanto os menos favorecidos são preteridos e marginalizados na sociedade. Essa perspectiva resulta em exclusão e negligência, fomentadas por uma classe social segregadora e elitista que se empenha em enaltecer apenas os poderosos. “Atentai para isto, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os pobres em bens deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? E, no entanto, vós desprezais o pobre! Ora, não são os ricos que vos oprimem, os que vos arrastam aos tribunais? Não são eles os que blasfemam contra o nome sublime que foi invocado sobre vós?” Tg 2:5-7

As pessoas muitas vezes se encantam e sentem-se atraídas pela aparência e pelas posses que os outros adquirem. Porém esses "valores" que para nós parecem ser importantes não têm relevância para Deus Pai, que eleva somente os que são humildes. O exemplo disso, é destacado no livro de 1Samuel. Quando o Profeta Samuel foi até a cidade onde morava Davi, para ungi-lo rei de Israel. Nos primeiros instantes, Samuel titubeou, escolhendo um dos irmãos de Davi, pois era um jovem belo e de estatura alta, mas, Deus disse a ele, que não era este o que havia escolhido: Samuel fez o que o SENHOR lhe disse, e foi a Belém. Os anciãos da cidade, apavorados, vieram-lhe ao encontro e perguntaram: “É de paz a tua vinda? ” — “Sim, é de paz”, respondeu Samuel. “Vim para fazer um sacrifício ao SENHOR. Purificai-vos e vinde comigo, para o sacrifício”. Ele purificou então Jessé e seus filhos e convidou-os para o sacrifício. Assim que chegaram, Samuel viu a Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do SENHOR! ” Mas o SENHOR disse-lhe: “Não te impressiones com a sua aparência, nem com a sua grande estatura; não é este que eu quero. Meu olhar não é o dos homens: o homem vê a aparência, o SENHOR vê o coração”. 1Sm 16:4-7

Dando sequência à nossa leitura, observamos que os pais de Davi o chamam para se juntar à refeição: Samuel perguntou a Jessé: “Todos os teus filhos estão aqui? ” Jessé respondeu: “Resta ainda o mais novo, que está cuidando do rebanho”. E Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos para comer enquanto ele não chegar”. Jessé mandou buscá-lo. Era ruivo, de belos olhos e de aparência formosa. E o SENHOR disse: “Levanta-te, unge-o: é este! Davi por ser o filho mais novo, e podemos inferir, inexperiente, foi delegado por seus pais no serviço e o cuidado das ovelhas. Examinamos nestes versículos, o quanto Deus ama e preza pelos desprezados e considerados insignificantes para um povoado ou uma sociedade, e, especificamente neste caso a sua própria família. Davi, que posteriormente, se tornaria Rei de Israel, não veio de uma família abastada, ou proveniente da monarquia. Deus em sua infinita soberania e poder, escolheu ungir alguém que veio de baixo, por ter vivido e sentido as mesmas humilhações que os pobres viviam, para que ele, então, fizesse justiça aos menos favorecidos. Pois, o Senhor, sabia que Davi faria a sua vontade, ao contrário de Saul, seu predecessor que foi rebelde e desobediente às suas ordens. “Reinou Davi sobre todo o Israel, administrando a justiça e o direito a todo o seu povo”. 2Sm 8:15


Os dízimos e as ofertas

Muitos que defendem a ideia de que o dízimo é relevante nos dias atuais frequentemente não esclarecem qual é o verdadeiro propósito dos dízimos e das ofertas. Já ouvi pastores afirmarem que a igreja não deve ser vista como uma instituição de caridade, alegando que a responsabilidade social de cuidar dos pobres e dos moradores de rua é uma prerrogativa apenas do Estado. No entanto, esquecem-se de mencionar que, no livro de Deuteronômio e em outras Escrituras do Antigo Testamento que abordam esse assunto, é enfatizado que os dízimos serviam para sustentar os levitas — que, em nossos dias, podemos comparar aos pastores e àqueles que pregam o Evangelho — além de contemplar também os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. “Os levitas eram uma das doze tribos de Israel, que não tinham as mesmas prerrogativas, ou direitos como as demais outras tribos, pois eles foram escolhidos por Deus para o serviço do Templo”. E não era apenas para a provisão dos levitas; essa assistência também era destinada a amparar órfãos, viúvas e estrangeiros. De forma geral, abrangia todos aqueles que se encontravam em condições de miséria, que enfrentavam a carência de alimento e careciam de abrigo.

Todos os anos separarás o dízimo de todo o produto da tua semeadura que o campo produzir, e diante de Iahweh teu Deus, no lugar que ele houver escolhido para aí fazer habitar o seu nome, comerás o dízimo do teu trigo, do teu vinho novo e do teu óleo, como também os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, para que aprendas continuamente a temer a Iahweh teu Deus. Caso o caminho seja longo demais para ti, e não possas levar o dízimo — porque o lugar que Iahweh teu Deus escolheu para aí colocar o seu nome fica muito longe de ti, quando Iahweh teu Deus te houver abençoado, — vende-o então por dinheiro, toma o dinheiro em tua mão e vai para o lugar que Iahweh teu Deus houver escolhido. Lá trocarás o dinheiro por tudo o que desejares: vacas, ovelhas, vinho, bebida embriagante, tudo enfim que te apetecer. Comerás lá, diante de Iahweh teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua família. Quanto ao levita que mora nas tuas cidades, não o abandonarás, pois ele não tem parte nem herança contigo. A cada três anos tomarás o dízimo da tua colheita no terceiro ano e o colocarás em tuas portas. [2] Virá então o levita (pois ele não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que vivem nas tuas cidades, e eles comerão e se saciarão. Deste modo Iahweh teu Deus te abençoará em todo trabalho que a tua mão realizar. Dt 14:22-29


Os ricos ímpios e avarentos

Aprendemos que a especial predileção de Deus recai sobre os mais fracos, tanto aqueles que carecem de apoio espiritual quanto os que não possuem o essencial para viver com dignidade. Todavia, não podemos generalizar e demonizar todos os ricos, pois há pessoas com considerável poder aquisitivo que são humildes e se solidarizam com os mais vulneráveis. Assim, fica claro que Deus não é totalmente contra os ricos. O que realmente o indigna são aqueles ricos ímpios, avarentos e insensatos, que buscam apenas os próprios interesses e não se preocupam com mais ninguém, além de si mesmos, sua família e seus amigos. Para ilustrar esse ponto, gostaria de compartilhar um fato curioso sobre a história de Santo Antônio, que, durante a homilia no enterro de um rico de Florença: “Em outro caso, que mais tarde também se difundirá – embora nem sempre seja atribuído a Santo Antônio –, conta-se que ele chegou a Florença quando havia acabado de morrer um dos homens mais ricos da cidade.

Durante a missa de corpo presente, na igreja repleta, Antônio dá o tema do sermão: “Onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração”. E desenvolve uma bela homilia sobre a avareza e a mesquinhez, enfatizando o conhecido argumento de que riquezas acumuladas não trilham o caminho do céu, a este mundo pertencem, e que todos nós , quando mortos, chegamos pobres e desprovidos delas ao outro lado, e assim nos apresentamos diante do Senhor. Como tantos outros, aquele homem dedicara o coração a seu tesouro, e só nele encontrava descanso. Por isso, se procurassem bem, o coração do avarento seria encontrado no meio de suas riquezas.

A princípio, os fiéis ali reunidos tomam essas palavras como uma parábola. No entanto, ocorre a alguém da família, conhecedor da clarividência do frade santo, abrir as arcas do tesouro do falecido. Ali, na presença de outros parentes e amigos, descobre, para estupor de todos, o coração do morto, ainda palpitante, a sangrar entre as moedas de outro tão afanosamente acumuladas”. (NUNO, Fernando p. 204-205). Esse relato extraordinário de Santo Antônio, está interligado à parábola do rico e do Lázaro, pois os dois são análogas ao abordarem: A condenação dos ricos avarentos. O Salmista Davi nos traz as características perversas, daqueles que se tornaram poderosos. Por terem muito dinheiro e poder, tornaram-se ímpios e orgulhos, por isso, negam e insultam a Deus, perseguindo e matando os pobres, sem temer a justiça e a Deus:


Por que, SENHOR, permaneces afastado e te ocultas no tempo da aflição? Com arrogância os ímpios perseguem o indefeso; que fiquem emaranhados em suas próprias tramas! O infiel se gaba de sua própria ambição, o avarento menospreza e insulta a Deus. O ímpio é soberbo, não quer saber desse assunto. “Deus não existe!” é tudo o que de fato pensa. Seus negócios têm contínuo sucesso; muito além da sua compreensão está a tua Lei, por isso ele faz pouco caso dos seus adversários, pensando consigo mesmo: “Eu sou inabalável! Desgraça alguma me atingirá, nem a mim nem aos meus descendentes”. Sua boca está sempre cheia de fraudes, maldições e ameaças; violência e todo tipo de maldade estão em sua língua. Põe-se de emboscada próximo aos vilarejos e às escondidas massacra o inocente. Fica à espreita como leão escondido; coloca-se de tocaia para apanhar o necessitado; agarra o pobre e o arrasta em sua rede. Ele espreita, se agacha, se encurva, e o infeliz cai em seu poder. Imagina consigo mesmo: “Deus se esqueceu; escondeu seu rosto e nunca dará atenção a isto”. Levanta-te, SENHOR! Ergue a tua mão, ó Deus! Não te esqueças dos desamparados. Por que o ímpio despreza a Deus, dizendo em seu íntimo: “Tu não me pedirás contas”? Mas tu vês o sofrimento e a dor; e tomas esses sentimentos em tuas mãos. O sofredor se entrega a ti, pois tu és o protetor do órfão. Quebras o braço do ímpio e do maldoso, pedes contas de sua crueldade, até que dela nada mais seja visto. O SENHOR reina todos os dias e eternamente; da sua terra desapareceram os outros povos. Tu, SENHOR, ouves a oração dos necessitados; tu lhes fortalecerás o coração e atenderás ao seu clamor. Defende o que não tem pai e o oprimido, a fim de que o homem, que é pó, já não provoque o terror. Sl 10:1-18


Deus o Pai dos órfãos e das viúvas

Uma das principais características que diferencia os pobres dos ricos é a rede de apoio que os milionários e pessoas abastadas possuem. Eles contam com "amigos" que os apoiam em momentos difíceis, além do suporte de familiares e conhecidos que os protegem e ajudam a se reerguer quando enfrentam obstáculos. Oferecendo o suporte afetivo e material, imprescindíveis nas suas dificuldades. Enquanto que o pobre é abandonado até mesmo por seus familiares, amigos e conhecidos: “O amigo não se revela na prosperidade, nem o inimigo se esconde no tempo da desgraça. Quando alguém prospera, os inimigos ficam tristes, mas quando alguém cai na desgraça, até o amigo vai embora. Jamais confie no inimigo, pois a sua maldade é metal que enferruja”. Eclo 12:8-1

No livro de Eclesiástico capítulo 13:19-30, os versículos conotam o quanto perigoso é para os pobres, conviverem com os ricos: “Todo ser vivo ama o seu semelhante, assim todo homem ama o seu próximo. Toda carne se une a outra carne de sua espécie, e todo homem se associa ao seu semelhante. O lobo jamais terá amizade com o cordeiro: assim é entre o pecador e o justo. Que relação pode haver entre um santo homem e um cão? Que ligação pode ter um rico com um pobre? O onagro é a presa do leão no deserto: assim os pobres servem de pasto aos ricos. E como a humanidade é abominada pelo orgulhoso, do mesmo modo o pobre causa horror ao rico. Um rico abalado é apoiado pelos seus amigos. O pobre que tropeça é ainda empurrado pelos seus companheiros. Quando um rico é enganado, numerosos são aqueles que o vêm ajudá-lo, se diz tolices, o apoiam. Quando um pobre é enganado, ainda merece censura, e, se falar com sabedoria, não o levam em consideração. Se fala o rico, todos se calam, e glorificam suas palavras até às nuvens, se fala um pobre, dizem: Que é este homem? E se ele tropeçar, fazem-no cair. A riqueza é boa para quem não tem a consciência pesada, péssima é a pobreza do mau que se lastima”.




14 de fevereiro de 2024

Árvore do conhecimento do bem e do mal e Árvore da vida (Último trecho)

Bíblia Sagrada; Árvore do conhecimento (bem e do mal) e Árvore da vida; Jesus Cristo; Evangelhos

Freud através da psicanálise, elaborou o estudo sobre o tópico da dualidade que em síntese é, “a construção ideológica de que existem forças opostas agindo em um mesmo objeto”. De forma simples, indicamos que há uma oposição natural nos componentes a serem vistos. Isso porque as suas essências se contrapõem o tempo todo. Não existe um espaço adequado para que haja um consenso. Na ficção e na literatura, para exemplificar, podemos indicar a existência contínua e cíclica da ideia do bem e do mal”. Espiritualmente falando, existem duas forças se digladiando no mundo simbólico e abstrato dos pensamentos, sentimentos e emoções. É fundamental que nos alimentemos do conhecimento das coisas salutares do alto que edificam o nosso espírito para que os maus pensamentos, como diziam os monges beneditinos, os logismoi [3], permaneçam afastados de nossas mentes! O Apóstolo Paulo, orienta-nos, a buscar o conhecimento de Deus, através das Sagradas Escrituras para vencermos os males da vida e a Satanás. “A obediência de vocês é conhecida de todos. Vocês, para mim, são um motivo de alegria, mas desejo que sejam sábios para o bem e sem compromissos com o mal. O Deus da paz não tardará em esmagar Satanás debaixo dos pés de vocês. Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com vocês”. Rm 16: 19-20.

O termo "fruto proibido" pode ser relacionado aos dias atuais, referindo-se a todos os problemas presentes na sociedade, incluindo o uso de drogas. Apesar dos danos à saúde que causam, as drogas continuam a atrair os jovens, que têm curiosidade sobre as sensações que proporcionam quando utilizadas. Historicamente, o consumo de drogas começou entre tribos indígenas, sendo parte de suas práticas rituais religiosas. Para essas comunidades, as substâncias psicotrópicas eram vistas como 'facilitadoras', pois acreditavam que elas os tornavam receptivos a vivências do sobrenatural, possibilitando uma conexão mais intensa com seus deuses.

Com o passar dos anos os entorpecentes foram sendo comercializadas como medicamentos, e, posteriormente, consumidas de forma recreativa. Depois de décadas da liberação e uso descriminalizado, observou-se o quanto destrutivas foram para a humanidade: “As drogas são os grilhões do diabo, pelo qual, os homens se tornam seus escravos e instrumentos de destruição e autodestruição”. É por meio do álcool que famílias são dissolvidas; é por meio da maconha, cocaína e crack, [...], que o crime organizado se financia. O resultado é o aumento da marginalidade, dos homicídios, a super lotação no sistema carcerário, e o aumento das internações em clínicas de recuperação para dependentes químicos.

As Sagradas Escrituras nos recomenda a não nos embriagarmos com vinho, pois é um caminho de entrada para a devassidão: “Por isso não sejais insensatos, mas procurai conhecer a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, que é uma porta para a devassidão, mas buscai a plenitude do Espírito”. Ef 5:17-18. O álcool [4], por exemplo, é uma substância depressora do SNC e afeta diversos neurotransmissores do cérebro, dentre eles, o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato, atingindo outros neurotransmissores, como a serotonina e a endorfina. A maconha [5], é uma droga psicoativa. O principal composto psicoativo da cannabis é o tetrahidrocanabinol (THC). Ele atua no "sistema endocanabinoide" do cérebro, que são receptores que respondem aos componentes químicos da cannabis. Somente estas duas substâncias, já seriam exemplos incontestáveis do quanto as drogas são prejudiciais à saúde mental.

Os narcóticos frequentemente levam a uma dependência química que é quase impossível de reverter. Isso, a médio e longo prazo, resulta em problemas sérios e degenerativos no cérebro, no fígado e no organismo humano como um todo. A capacidade cognitiva é comprometida: aspectos como memória, raciocínio, fala e pensamento são afetados; além disso, a temperatura do corpo e a pressão arterial apresentam variações que prejudicam o funcionamento do organismo. Quando consumidos em grandes quantidades, podem provocar overdoses, e em situações mais críticas, até a morte. Aqueles que usam drogas para diversão estão, de certa forma, se autodestruindo, se tornando potenciais suicidas que se envenenam em "pequenas doses". Nos primeiros períodos, os dependentes acreditam que tudo está sob controle, mas, eventualmente, reconhecem que estão debilitados e sem forças para escapar desse ciclo de destruição. Apenas com o auxílio da misericórdia de Deus, e a vontade para superar o vício, os farão reencontrar o caminho da vida. Então, depois de expor estas verdades, o que escolhemos para nós? A árvore do conhecimento do bem e do mal ou a árvore da vida? A perdição eterna ou a vida eterna? Como descrito na citação anterior que lemos em Eclesiástico, Deus nos deu duas escolhas, cabe, portanto, a cada um de nós escolher o que queremos para nós: se a morte ou a vida.


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1. E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte. 2 Cor 12: 7-10

2. “Agora, irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e ao nosso encontro com ele, pedimos a vocês o seguinte: não se deixem perturbar tão facilmente! Nem se assustem, como se o Dia do Senhor estivesse para chegar logo, mesmo que isso esteja sendo veiculado por alguma suposta inspiração, palavra, ou carta atribuída a nós. Não se deixem enganar de nenhum modo! Primeiro deverá chegar a apostasia. Depois aparecerá o homem ímpio, o filho da perdição: ele é o adversário que se opõe e se levanta contra todo ser que se chama Deus ou é adorado, chegando até mesmo a sentar-se no templo de Deus e a proclamar-se Deus. Não se lembram de que eu já dizia essas coisas quando estava com vocês? E agora vocês já sabem o que está impedindo a manifestação do adversário, que acontecerá no tempo certo. O mistério da impiedade já está agindo. Falta apenas desaparecer aquele que o segura até agora. Só então se manifestará o ímpio. O Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o esplendor da sua vinda. A vinda do ímpio vai acontecer graças ao poder de Satanás, com todo tipo de falsos milagres, sinais e prodígios, e com toda a sedução que a injustiça exerce sobre os que se perdem, por não se terem aberto ao amor da verdade, amor que os teria salvo. Por isso Deus manda o poder da sedução agir neles, para que acreditem na mentira. Desse modo serão condenados todos os que não acreditaram na verdade, mas preferiram permanecer na injustiça”. 2Ts 2:1-12

3. Logismoi, são pensamentos e sentimentos instintivos, que prejudicam a todos os homens e mulheres, principalmente aos que aspiram viver uma vida espiritual para com Deus e os homens [...].

4. Danos do Álcool ao Cérebro: Dificuldades em andar, visão borrada, fala arrastada, tempo de resposta retardado e danos à memória. De maneira clara, o álcool afeta o cérebro. Uma série de fatores podem influenciar o como e o quanto o álcool afeta o cérebro, a saber: Quantidade e frequência de consumo de álcool; Idade de início e o tempo de consumo de álcool; Idade do indivíduo, nível de educação, gênero sexual, aspectos genéticos e histórico familiar de alcoolismo; Risco existente de exposição pré-natal ao álcool; e Condições gerais de saúde do indivíduo.

5. A cannabis pode produzir vários efeitos subjetivos em humanos: euforia, disforia, sedação, alteração da percepção do tempo, aumento da interferência na atenção seletiva e no tempo de reação, alteração nas funções sensoriais, prejuízo do controle motor, do aprendizado e prejuízo transitório na memória de curto prazo, além de efeitos neurovegetativos como boca seca, taquicardia e hipotensão postural. Efeitos adversos incluem crises de ansiedade, ataques de pânico e exacerbação de sintomas psicóticos existentes.



Referências

Álcool e Sistema Nervoso Central - CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. Disponível em: <https://cisa.org.br/sua-saude/informativos/artigo/item/46-alcool-e-sistema-nervoso-central>. Acesso em: 9 fev. 2024.
Bíblia Sagrada.
BBC NEWS BRASIL. Como a maconha afeta nossa cognição e psicologia, segundo novos estudos. BBC, 1 maio 2022.
BBC NEWS BRASIL. A verdade sobre o abuso de drogas na Antiguidade, revelada pela ciência. BBC, 19 out. 2019.
([S.d.]). Psicanaliseclinica.com. Recuperado 8 de fevereiro de 2024, de https://www.psicanaliseclinica.com/dualidade/

10 de fevereiro de 2024

Árvore do conhecimento do bem e do mal e Árvore da vida (1ª Parte)

 

Evangelhos; Artigo; Árvore do conhecimento e Árvore da vida; Jesus Cristo
Quando Deus criou o ser humano, homem e mulher os fez; sustentando-os com todas as frutas e alimentos que haviam no paraíso. No entanto, existia um fruto de uma árvore, da qual os alertou a não comer, pois, se o fizessem, morreriam. Seguem-se os textos de Gênesis:

“Então Iahweh Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente. Iahweh Deus plantou um jardim em Éden, no oriente, e aí colocou o homem que modelara. Iahweh Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Gn 2: 7-9.

“Iahweh Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden para o cultivar e o guardar. E Iahweh Deus deu ao homem este mandamento: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás que morrer. Iahweh Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda.”” Gn 2: 15-18.

Os arquétipos da criação estão divididos em pares: “homem e mulher; sol e lua; dia e noite; bem e mal”. Ratificando com esta menção que a criação de Deus possui um propósito lógico, inclusive no “mal” para o aperfeiçoamento espiritual dos homens [1]. Pois é nas tentações, sofrimentos e tribulações que somos purificados de nossos pecados e nos tornamos autênticos cristãos. “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. Mas Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Antes, quando forem tentados, ele mesmo providenciará um escape, para que a possam suportar”. 1Cor 10:13.

A misericórdia divina é sempre bem vinda no tempo de tribulação. Nos momentos difíceis da vida o que é aconselhado é ter paciência e sabedoria, para suportamos e não cairmos em tentação. Com a sabedoria, teremos o discernimento espiritual para evitarmos quedas, para que enfim, tomemos as melhores decisões. As batalhas que travamos todos os dias, só se vencem com oração; porém, nos dias de angústia, recomenda-se oração e jejum. Elas são as armas mais eficazes para lutarmos contra os desejos da carne, e contra o inimigo de nossas almas. Com elas encontramos a completa comunhão com o Senhor; o renovo e a força para vencermos o pecado. Porém, sobretudo, se queremos obter o seu favor é imprescindível viver de acordo com os seus mandamentos, buscando a santificação, a fidelidade e a obediência a sua palavra. “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e será concedido”. Jo 15:7.

Os versículos de Eclesiástico 15: 11-22, nos admoesta a seguir a obediência, e o temor:

“Não digas: É por causa de Deus que ela me falta. Pois cabe a ti não fazer o que ele abomina. Não digas: Foi ele que me transviou, pois que Deus não necessita dos pecadores. O Senhor detesta todo o erro e toda a abominação, aqueles que o temem não amam essas coisas. No princípio Deus criou o homem, e o entregou ao seu próprio juízo, deu-lhe ainda os mandamentos e os preceitos. Se quiseres guardar os mandamentos, e praticar sempre fielmente o que é agradável (a Deus), eles te guardarão. Ele pôs diante de ti a água e o fogo: estende a mão para aquilo que desejares. A vida e a morte, o bem e o mal estão diante do homem, o que ele escolher, isso lhe será dado, porque é grande a sabedoria de Deus. Forte e poderoso, ele vê sem cessar todos os homens. Os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, e ele conhece todo o comportamento dos homens. Ele não deu ordem a ninguém para fazer o mal, e a ninguém deu licença para pecar, pois não deseja uma multidão de filhos infiéis e inúteis”.

Os seres humanos foram criados para a glória de Deus; não é de sua vontade, portanto, que o homem pereça e nem os animais, (Arca de Noé); mas o pecado que obliterou a humanidade pela desobediência de Adão e Eva, foi o arcabouço para a morte vir sobre o mundo. Os homens tiveram que trabalhar para alcançar a subsistência, (o que antes desse acontecimento não era); os homens viviam mais anos, pois o Espírito de Deus, concedia aos homens longevidade, (após o dilúvio foi suprimida esta graça do grande número de anos aos homens). Javé disse: "Meu sopro de vida não permanecerá para sempre no homem, pois ele é carne, e não viverá mais do que cento e vinte anos". Gn 6:3

A esperança de tempos de bonança foi se esvaindo, até o nascimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, onde tivemos a graça da renovação da fé, e a esperança com a vida eterna. Que nos foi outorgado como galardão, se, contudo, perseverarmos em seguir os seus mandamentos até o fim. “Nesse tempo, vos entregarão à tribulação e vos matarão, e sereis odiados de todos os povos por causa do meu nome. E então muitos ficarão escandalizados e se entregarão mutuamente e se odiarão uns aos outros. E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. E pelo crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Mt 24: 9-13O plano de Deus com a sua criação foi malogrado, justamente pela desobediência e a rebeldia humana. Ressaltamos na narrativa de Gênesis, que Adão e Eva negligenciaram somente um mandamento, que os fora recomendado guardar. Pois, o Senhor Deus, pessoalmente os advertiu, enfatizando que se comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, padeceriam com a morte espiritual:

“A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos, que Iahweh Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “Então Deus disse: Vós não podeis comer de todas as árvores do jardim?” A mulher respondeu à serpente: “Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Dele não comereis, nele não tocareis, sob pena de morte.” A serpente disse então à mulher: “Não, não morrereis! Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses, versados no bem e no mal.” A mulher viu que a árvore era boa ao apetite e formosa à vista, e que essa árvore era desejável para adquirir discernimento. Tomou-lhe do fruto e comeu. Deu-o também a seu marido, que com ela estava e ele comeu. Então abriram-se os olhos dos dois e perceberam que estavam nus; entrelaçaram folhas de figueira e se cingiram.
Eles ouviram o passo de Iahweh Deus que passeava no jardim à brisa do dia e o homem e sua mulher se esconderam da presença de Iahweh Deus, entre as árvores do jardim. Iahweh Deus chamou o homem: “Onde estás?”, disse ele. “Ouvi teu passo no jardim,” respondeu o homem; “tive medo porque estou nu, e me escondi.” Ele retomou: “E quem te fez saber que estavas nu? Comeste, então, da árvore que te proibi de comer!” O homem respondeu: “A mulher que puseste junto de mim me deu da árvore, e eu comi!”
Iahweh Deus disse à mulher: “Que fizeste?” E a mulher respondeu: “A serpente me seduziu e eu comi.” Então Iahweh Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso és maldita entre todos os animais domésticos e todas as feras selvagens. Caminharás sobre teu ventre e comerás poeira todos os dias de tua vida. Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.”
À mulher ele disse: “Multiplicarei as dores de tuas gravidezes, na dor darás à luz filhos. Teu desejo te impelirá ao teu marido e ele te dominará.” Ao homem, ele disse: “Porque escutaste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te proibira, comer, maldito é o solo por causa de ti! Com sofrimentos dele te nutrirás todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e cardos, e comerás a erva dos campos. Com o suor de teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás.” O homem chamou sua mulher “Eva”, por ser a mãe de todos os viventes. Iahweh Deus fez para o homem e sua mulher túnicas de pele, e os vestiu. Depois disse Iahweh Deus: “Se o homem já é como um de nós, versado no bem e no mal,” que agora ele não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma e viva para sempre!”” Gn 3:1-22.


Quem nunca deu atenção para as mentiras da “serpente”? Qual o número de incrédulos que negam a justiça e o julgamento de Deus, preferindo viver a vida de qualquer jeito, crendo que não terão que arcar com as consequências do pecado? E, daqueles que se acham mais espirituais e “bons”, acreditando que nunca serão tentados? Se o filho unigênito de Deus, precisou passar por tentações contra o Inimigo no deserto, e posteriormente, no instante final de sua paixão, morte e ressureição; o que dirá de nós que estamos inclinados aos vícios da carne, não estaremos muito mais vulneráveis às suas armadilhas? “Sejam sóbrios e fiquem de prontidão! Pois o diabo, que é o inimigo de vocês, os rodeia como um leão que ruge, procurando a quem devorar”. 1Pe 5:8. “Vistam a armadura de Deus para poderem resistir às manobras do diabo. A nossa luta, de fato, não é contra homens de carne e osso, mas contra os principados e as autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos do mal, que habitam as regiões celestes”. Ef 6:11-12.

Uma das coisas que Satanás mais quer que pensemos é que ele não exista. Desta maneira, terá o ambiente propício para lançar seus dardos, alternando assim as afeições dos homens para aderirem à corrupção da modernidade.
 "Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno". Ef 6:16. 
(Complementando esta afirmação, posso asseverar que mutuamente os poderosos, as elites governamentais, as grandes empresas multinacionais e a mídia; estejam na incumbência diabólica do controle populacional. A fim de promoverem a secularização, e, num futuro muito próximo a grande apostasia que virá com o surgimento do anticristo, prenunciada por São Paulo na sua epistola de 2 Tessalonicenses [2]. Mas este é um assunto para outro post).

23 de outubro de 2022

Liberdade, Fruto da Vocação | Pe. Evaristo Debiasi

"Eis que ponho diante de ti a vida ou a morte, a bênção ou a maldição, escolhe a vida para que vivas, tu e a tua semente!..." Deuteronômio 30:19.




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17 de agosto de 2022

O SENTIDO DA EXISTÊNCIA HUMANA, ESTÁ NA FÉ EM DEUS (PARTE 2)

Artigos;Deus;Jesus Cristo; O sentido da existência humana, está na fé em Deus
Como alcançarmos a plenitude espiritual e uma comunhão perfeita com Deus? A reflexão é voltada àqueles que desejam se santificar a cada dia, enfrentando as tentações do cotidiano. As facilidades e distrações que nos são apresentadas pelo mundo muitas vezes nos afastam de Deus, pois ele é dominado pelo mal, e suas propostas são armadilhas que visam nos escravizar dentro de um sistema corrupto, governado pela imoralidade, falta de ética e confusão religiosa. Dentre essas armadilhas, encontramos o consumismo desenfreado, a banalização do sexo, a promiscuidade, a pornografia e filmes que glamorizam a adultério, a fornicação e o hedonismo. Portanto, é crucial permanecermos atentos e firmes em nossa busca por uma vida mais santa e próxima de Deus.

Filmes que abordam a violência, narcotráfico, sequestro e terror, entre outros conteúdos similares, podem servir para muitos como uma espécie de motivação que os leva a desenvolver comportamentos sadomasoquistas, perversões sexuais e uma relação com a violência que se torna latente no subconsciente. Há pessoas que, acostumadas a esses padrões, hesitam em se desvincular de tais vícios e argumentam: "viver assim é um absurdo e alienante". Mas essa visão pode ser questionada. Se buscamos agradar a Deus é fundamental que nos afastemos até mesmo das aparências do mal que nos cercam, seja na internet, na televisão ou em outdoors que visualizamos diariamente. Sabemos muito bem que é difícil nos afastarmos de certos hábitos prejudiciais a nós, pois somos seres humanos falhos, limitados e inclinados para o mal, mas com a graça e a providência divina, rompamos com os obstáculos que surgirem pela frente e se tropeçarmos, Deus estenderá suas mãos para nos socorrer se cairmos em transgressão. O importante é não desanimar! Até certos amigos nos tentarão persuadir para seguirmos os seus caminhos que não é do agrado de Deus. Por isso que devemos incessantemente pedir nas orações a sabedoria e o discernimento espiritual, para que Deus nosso Pai nos revele as reais intenções desses amigos. Pois se buscam nos enredar para os seus caminhos tortuosos, é por inveja do bem que em nós há e para a nossa destruição que o fazem. Provérbios, 24:1-5:

"Não tenhas inveja dos homens malignos, nem desejes estar com eles. Porque o seu coração medita a rapina, e os seus lábios falam a malícia. Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; E pelo conhecimento se encherão as câmaras com todos os bens preciosos e agradáveis. O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força".

Existem momentos em nossas vidas em que não percebemos como os dias, meses e anos passam rapidamente. É fundamental refletirmos sobre como estamos utilizando nosso tempo, evitando futilidades e vaidades que tomam o nosso tempo. Devemos nos questionar se nosso comportamento condiz com o de um verdadeiro cristão. Viver com sobriedade na fé, sempre guiados pela Palavra de Deus e pela orientação do Espírito Santo, é essencial para realizarmos o bem. Nossas ações devem ser vigilantes; é vital que a cada instante, busquemos aquilo que contribui para nossa santificação, a fim de alcançarmos um coração sábio e puro. Precisamos desprezar o que é profano e impuro que nos cerca, buscando expulsar essas influências de nossos olhos, ouvidos e pensamentos. Salmo 90: 3-12, escrito por Moisés:

"Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens. Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite. Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce. De madrugada floresce e cresce; à tarde corta-se e seca. 
Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos angustiados. Diante de ti puseste as nossas iniquidades, os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto. Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; passamos os nossos anos como um conto que se conta. Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando. Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor. Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios".

A devoção a Deus e ao próximo devem ser genuínas, livres de falsidades e interesses pessoais. É claro que cada um de nós desempenha um papel significativo no mundo, seja por meio de atividades simples ou complexas como os coletores de lixo, motoristas e cobradores que garantem que tenhamos um ambiente limpo, organizado e mobilidade urbana; o agricultor que cultiva e fornece os alimentos de que precisamos; ou dos empresários, grandes e pequenos que fomentam a economia. Os que são hipócritas e intimamente ligados ao mundo desconsideram os demais em função de interesses mesquinhos pelo dinheiro e status social, como mencionado na Epístola de Tiago, capítulo 2, versículos 1 a 10:

"Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais? Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores. Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos".

Outro ponto a ser abordado diz respeito às doutrinas e ensinamentos heréticos que se opõem à Bíblia Sagrada. Curiosamente muitas dessas ideias estão sendo disseminadas por padres, pastores e "guias espirituais" que se autodenominam cristãos. É importante ressaltar que não estou generalizando, pois existem muitos homens e mulheres no meio cristão que permanecem fiéis e exercem suas vocações religiosas com temor e amor a Deus e ao próximo. No mais existem pessoas que distorcem sua fé e acabam desviando muitas pessoas do verdadeiro caminho da salvação. Eles utilizam trechos isolados do Evangelho e das Escrituras Sagradas para deturpar a mensagem da redenção, muitas vezes motivados pela ganância e pelo enriquecimento ilícito. Essas divisões e escândalos que ferem a doutrina sagrada, verdadeira e singular de Deus Pai.

A admoestação do Apóstolo Paulo nos orienta a nos afastarmos de tais indivíduos, pois não estão a serviço de Deus e de Cristo; ao contrário, aproveitam-se da ignorância alheia para seu próprio benefício. Ao observarmos o comportamento de muitos que pregam e ministram em programas de televisão e nas igrejas, percebemos que sua preocupação principal parece ser o engano e a manipulação, incutindo em nós o desejo de enriquecer. Dessa forma, promovem inconscientemente a cobiça que existe em todos nós, um sentimento que deveríamos evitar.

A oratória frequentemente gira em torno da ideia de "prosperar". Muitas vezes eles sugerem aos ouvintes que se não estão conquistando sucesso em suas vidas, isso se deve à falta de entrega dos dízimos e ofertas durante as campanhas realizadas nas suas igrejas. Esse discurso enfatiza que quem não contribui, pode estar cometendo um pecado grave e terão que "prestar contas a Deus", gerando neles um medo e uma preocupação infundados que são na verdade embustes e heresias.

Recentemente, conheci uma história que ilustra o grau de fanatismo religioso que alguns crentes podem vivenciar. Essa narrativa serve como um alerta sobre o quanto as alguns podem ser manipulados, especialmente quando se encontram em momentos de vulnerabilidade emocional. O relato é sobre um cristão que enfrentava dificuldades financeiras. Sem conseguir dizimar na congregação que frequentava, ele acabou roubando dinheiro da empresa onde trabalhava para entregá-lo ao pastor. Além disso, há líderes religiosos que, com uma audácia impressionante, foram ainda mais longe em suas manipulações, chegando a pedir aos fiéis que doassem seus bens e patrimônios à "igreja" após a sua morte.

Os verdadeiros missionários cristãos na minha opinião, apresentam características que os distinguem de outros que operam sob uma mentalidade carnal. Esses missionários não buscam riquezas, honrarias ou prazeres pessoais. Especialmente os missionários itinerantes oriundos de locais inóspitos, dedicando-se à evangelização e ao serviço, mesmo sem as comodidades que consideramos essenciais. Eles estão presentes nas regiões onde a população local enfrenta a fome, a intolerância religiosa e a guerra civil.

Solidarizam-se com os que sofrem, cuidando dos doentes e defendendo os que são perseguidos. Ao lado do povo, eles compartilham até mesmo os riscos de serem martirizados por sua fé em Cristo e pelo serviço de seus "irmãos menores". Com os poucos recursos que conseguem através de doações, oferecem ajuda aos mais necessitados e marginalizados – algo que muitos de nós, com certeza, não conseguiríamos suportar nem por poucos dias nestas condições. Diferente de outros, esses missionários não se deixam seduzir pelas vantagens financeiras que as igrejas podem oferecer, nem almejam posições de poder na política. 
Esses são os verdadeiros missionários que estão comprometidos com o Reino de Deus! Desinteressados pelas coisas do mundo, mas convictos e disponíveis ao chamado de Jesus Cristo, que diz: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me5”. Na epistola de 1 Timóteo, Cap. 6: 3:10; o Apóstolo, exorta sobre quem são os obreiros fraudulentos:

"Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores".


OUVIR O TEXTO?


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1 Frustração e a Psicologia: Para a Psicologia, a frustração é um sentimento de privação de uma satisfação primordial. Frustração é uma síndrome que apresenta sintomas diversos, todos ligados à desestruturação emocional que ocorre em diferentes níveis, por diversas causas e que acarreta diversas consequências.
A Psicologia determina diversos tipos de processos frustrantes: a frustração por barreiras – quando existe um obstáculo que impede de se chegar ao objetivo, a frustração por incompatibilidade entre dois objetivos positivos, a frustração por conflito entre duas situações negativas e a frustração por conflito entre situações positivas e negativas em igual medida. Acesso: https://www.significados.com.br/frustracao/
2 "Esta é a palavra que veio do Senhor a Jeremias: ‘Vá à casa do oleiro, e ali você ouvirá a minha mensagem’. Então fui à casa do oleiro, e o vi trabalhando com a roda. Mas o vaso de barro que ele estava formando estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade. Então o Senhor dirigiu-me a palavra: ‘Ó comunidade de Israel, será que não posso eu agir com vocês como fez o oleiro?’, pergunta o Senhor. ‘Como barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos, ó comunidade de Israel’" (Jeremias 18:1-6).
3 Observação: Na parábola do rico e de Lázaro, vemos esta dualidade entre: Rico (ímpio) e de Lázaro, o pobre (justo); se o rico tivesse mudado sua conduta, em outras palavras, se convertido, teria mostrado obras de justiça (caridade), por fim não seria condenado ao inferno.
4 E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas simples no mal. E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém. Romanos, Cap. 16: 17-20
5 Versículo do Evangelho de Mateus, Cap. 19 :21 – O jovem rico.

O SENTIDO DA EXISTÊNCIA HUMANA, ESTÁ NA FÉ EM DEUS

 

Artigo; Deus; Jesus Cristo; O sentido da existência humana, está na fé em Deus
"A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. Tiago, Cap. 1: 27.


A frustração é um sentimento que todos nós experimentamos em diferentes momentos da vida, uma emoção comum que nos acompanha desde a infância. Quando éramos crianças, a frustração manifestava-se de forma inocente e direta. Se um desejo não era atendido — como o brinquedo desejado na loja da esquina ou um doce que chamava nossa atenção — a reação imediata era chorar impacientes, esperando que nossos pais nos ajudassem a suprir aquela necessidade momentânea. A intensidade daquelas emoções infantis pode parecer exagerada, mas reflete uma verdade fundamental sobre a natureza humana: o desejo e a sua insatisfação.

A vida é repleta de expectativas. Criamos sonhos que muitas vezes se tornam verdadeiros pilares sobre os quais construímos nossas vidas. Em geral, a realidade nem sempre corresponde ao que idealizamos. Situações cotidianas, como não conseguir o emprego dos sonhos, não alcançar uma promoção desejada, ver uma viagem de férias ser cancelada ou ainda não poder adquirir a casa ou o carro com o qual sempre sonhamos, podem gerar frustrações profundas.

Nos últimos tempos é cada vez mais comum nos depararmos com notícias trágicas que envolvem crises financeiras, desespero e perdas irreparáveis. Um exemplo recente e profundamente impactante ocorreu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde um empresário do ramo alimentício, sufocado por dívidas, tomou uma decisão devastadora que chocou a sociedade: assassinou sua esposa e filhos antes de cometer suicídio. Este caso é um lembrete sombrio dos desafios enfrentados por muitos, mas também levanta questões sobre saúde mental, suporte social e a necessidade de uma rede de apoio eficaz.
Outro caso trágico acontecido é uma reportagem recente de um modelo que assassinou dolosamente, com sua moto, (segundo o jornal, estava sob efeito de álcool) um adolescente que atravessava uma avenida acompanhado de sua mãe, na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Estes exemplos citados, ocorrem todos os dias no Brasil e no mundo, em diferentes contextos, que na sua maioria, resultam em morte e destruição de famílias. Mas o que provoca esses comportamentos temerários, imprudentes e negligentes? Do empresário que matou sua família e do jovem da moto que assassinou o adolescente, podemos classificar o primeiro episódio de afeto exagerado pelos bens materiais: que causou a frustração ou o desespero pelas dívidas; e o segundo episódio, é o que a logoterapia chama de vazio existencial, que é a falta de sentido da vida; um desgosto incessante que para os indivíduos que vivem assim, tendem a suprir ou compensar, com o comportamento desregrado, através de “festas imorais”, dirigir alcoolizado, ou sob efeitos de outras drogas.

Acreditar que nossa existência não é fruto do acaso é um princípio fundamental para compreendermos nosso propósito. Cada um de nós independentemente das adversidades que enfrentamos, é parte de um plano divino. Deus em Sua infinita sabedoria, nos criou com um objetivo: crescer espiritualmente e nos aproximar Dele. Essa busca por entendimento e conexão é o que traz verdadeiro sentido à nossa vida. A vida que levamos, muitas vezes marcada por excessos e busca desenfreada por prazeres, fama, poder e status, pode nos levar a um estado de alienação em relação ao que realmente importa. É fundamental refletir sobre o propósito da nossa existência e o legado que deixamos. Não podemos nos permitir viver de maneira irresponsável e inconsequente, como se não houvesse uma vida posterior a que estamos vivendo agora. Nesse contexto, a figura de Deus se apresenta como um ponto de ancoragem. Quando abrimos nossos corações e nos convertemos a Ele, iniciamos um processo de transformação profunda, semelhante ao trabalho de um oleiro que molda o barro. Assim como o oleiro modifica o barro em um vaso de honra, Deus nos transforma ao entregarmos nossos desejos pessoais e nossas imperfeições em Suas mãos. Essa entrega é o primeiro passo na jornada rumo à santificação – um estado de ser que reflete o propósito divino para nossas vidas. Colossenses, Cap. 2: 9-13:

"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade; No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas". Não devemos seguir o curso deste mundo, o que nos impõe e nos sugestionam a praticar. Romanos, Cap. 12: 1-2:

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus". Exortação para não nos deixarmos dominar pelas paixões da carne, Romanos, Cap. 13: 13-14:

"Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências".

É comum a nós almejarmos ter uma vida melhor, um padrão mais elevado de dignidade. Não seria errado, exceto, quando Deus o quer e o faz próspero para uma finalidade. E, essa finalidade está ligada com a nossa caridade e empatia para com os mais carentes da sociedade. Portanto, se esta riqueza nos faz sermos extravagantes, avarentos e egoístas, é muito lógico que Deus não fará que o justo enriqueça
3. “Reparte generosamente com os pobres; a sua justiça dura para sempre; seu poder será exaltado em honra”. Salmos, 112:9

Um detalhe importante e que temos que prestar muita atenção é na expressão: “a todo custo”. A expressão “a todo custo”, pressupõe não medir esforços para alcançarmos os nossos objetivos. O anseio irracional por poder vai se tornando prejudicial à nossa saúde mental, se não tomarmos os devidos cuidados. O desejo desenfreado por riquezas, mentalmente se tornará em uma obsessão; em outras palavras, ela se tornará numa neurose. A pessoa em hipótese alguma pensa em outra coisa, a não ser de se tornar conhecido e milionário. E se porventura ficar milionário na situação espiritual que está, a sua preocupação é a de não se tornar pobre, ocasionando assim, outra neurose existencial. Seus esforços diários é para não cometer “erros financeiros” para que não venha a perder seu patrimônio.

Ao conhecermos a Deus e buscarmos entender Seu plano para nós, a perspectiva muda de rumo. Passamos a valorizar o que temos e a respirar gratidão em cada pequeno detalhe da vida. Compreendemos que tudo o que possuímos, inclusive nosso próprio corpo é um presente que nos foi dado, e não uma conquista exclusiva de nossos esforços. Essa mudança de mentalidade nos liberta do ciclo vicioso de insatisfação constante e nos permite viver em paz. Tudo pertence ao nosso Deus Pai, pois somente a sua graça é o que nos mantêm vivos. Provérbios, Cap. 30: 7 - 9:

"Duas coisas te pedi: Não as recuses a mim antes de eu morrer! Afasta de mim falsidade e mentira, não me dês pobreza nem riqueza, sustenta-me com meu pedaço de pão, para que saciado, não me torne um renegado e diga: “Quem é o SENHOR?” Ou, empobrecido, eu me ponha a roubar e profane o nome de meu Deus!"

Conselhos para que nos contentássemos com as coisas modestas e simples. Romanos, Cap. 12:16:

"Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas. Afeiçoai-vos às coisas modestas. Não sejais sábios a vossos próprios olhos".

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Link para a continuação do post: O sentido da existência humana, está na fé em Deus (PARTE 2).

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