segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (1ª PARTE)


MUITOS DOS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS, E MUITOS DOS ÚLTIMOS, OS PRIMEIROS! (1ª PARTE); Jesus Cristo; Evangelho; ricos e pobres
Então disse Jesus aos seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, negue se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.  Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento. Em verdade vos digo que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo em seu Reino". Mt 16:24-28


Quando observamos alguém bem-sucedido, logo o proclamamos uma pessoa bem aventurada, abençoada, feliz, rica... Não faltam adjetivos para dirigir elogios à pessoa que triunfa nos negócios, na empresa, na família e etc. Deste modo o mundo valoriza àqueles que triunfam na sociedade. O oposto desses são os pobres, pois o mundo os tem por escória, são tidos como abomináveis para os ímpios e orgulhosos. Para os ricos, orgulhosos e avarentos que os veem, eles não passam de inúteis; porque não produzem economicamente, sobrevivem à mercê de programas sociais e donativos.

E, muitos de nós somos persuadidos a odiá-los por tudo de ruim que falam deles, e, ao vermos os abastados “prosperando na vida [1],” e gozando daquilo que conquistaram, presumimos que eles têm Deus e não os miseráveis. Estes, portanto, são excluídos e negligenciados por uma classe segregadora e elitista que visa somente enaltecer os poderosos. “Atentai para isto, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os pobres em bens deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? E, no entanto, vós desprezais o pobre! Ora, não são os ricos que vos oprimem, os que vos arrastam aos tribunais? Não são eles os que blasfemam contra o nome sublime que foi invocado sobre vós?” Tg 2:5-7

Isso, porém, que aos homens é deslumbrado como imponente, atraindo os olhares de admiração à beleza; para aqueles que conquistam o sucesso e a fama não tem valor algum diante de Deus Pai. Um exemplo disso, observamos no livro de 1Samuel quando o Profeta Samuel foi até a cidade onde morava Davi, para o ungi-lo rei. Nos primeiros instantes, Samuel titubeou, escolhendo um dos irmãos de Davi, pois era um jovem belo e de estatura alta, mas, Deus disse a ele, que não era este o que havia escolhido: Samuel fez o que o SENHOR lhe disse, e foi a Belém. Os anciãos da cidade, apavorados, vieram-lhe ao encontro e perguntaram: “É de paz a tua vinda? ” — “Sim, é de paz”, respondeu Samuel. “Vim para fazer um sacrifício ao SENHOR. Purificai-vos e vinde comigo, para o sacrifício”. Ele purificou então Jessé e seus filhos e convidou-os para o sacrifício. Assim que chegaram, Samuel viu a Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do SENHOR! ” Mas o SENHOR disse-lhe: “Não te impressiones com a sua aparência, nem com a sua grande estatura; não é este que eu quero. Meu olhar não é o dos homens: o homem vê a aparência, o SENHOR vê o coração”. 1Sm 16:4-7

Dando continuidade ao texto, veremos que os pais de Davi, o chamam para participar da refeição: Samuel perguntou a Jessé: “Todos os teus filhos estão aqui? ” Jessé respondeu: “Resta ainda o mais novo, que está cuidando do rebanho”. E Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos para comer enquanto ele não chegar”. Jessé mandou buscá-lo. Era ruivo, de belos olhos e de aparência formosa. E o SENHOR disse: “Levanta-te, unge-o: é este! Davi por ser o filho mais novo, e podemos inferir, inexperiente, foi delegado por seus pais, no serviço e o cuidado das ovelhas. Examinamos nestes versículos, o quanto Deus ama e preza, pelos desprezados e considerados insignificantes para um povoado ou uma sociedade, e, especificamente neste caso, a sua própria família. Davi, que posteriormente, se tornaria Rei de Israel, não veio de uma família abastada, ou proveniente da monarquia. Deus em sua infinita soberania e poder, escolheu ungir alguém que veio de baixo, por ter vivido e sentido as mesmas humilhações que os pobres viviam, para que ele, então, fizesse justiça aos menos favorecidos. Pois, o Senhor, sabia que Davi faria a sua vontade, ao contrário de Saul, seu predecessor que foi rebelde e desobediente às suas ordens. “Reinou Davi sobre todo o Israel, administrando a justiça e o direito a todo o seu povo”. 2Sm 8:15

Os dízimos e as ofertas

Muitos que afirmam que o dízimo é para o nosso tempo, muitas vezes, omitem ou não deixam claro, qual o objetivo real dos dízimos e das ofertas. Já ouvi pastor falar que a igreja não é instituição de caridade. Que não é função social da denominação auxiliar os pobres, mendigos e moradores de rua, porque essa função é prioridade somente dos governos. Eles só se “esquecem”, de que no livro de Deuteronômio e, em outros livros do AT, que tratam sobre o assunto; enfatizarem que os dízimos eram disponibilizados para o sustento dos levitas. (o que podemos associá-los nos nossos dias aos pastores, e aos que anunciam o Evangelho). “Os levitas eram uma das doze tribos de Israel, que não tinham as mesmas prerrogativas, ou direitos como as demais outras tribos, pois eles foram escolhidos por Deus para o serviço do Templo”. E não somente para a provisão dos levitas, mas era usado para auxiliar no mantimento dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros [2]. De um modo geral, a todos que se encontravam em situação de miséria, que sofriam por não terem o que comerem e nem onde se abrigarem:

Todos os anos separarás o dízimo de todo o produto da tua semeadura que o campo produzir, e diante de Iahweh teu Deus, no lugar que ele houver escolhido para aí fazer habitar o seu nome, comerás o dízimo do teu trigo, do teu vinho novo e do teu óleo, como também os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, para que aprendas continuamente a temer a Iahweh teu Deus. Caso o caminho seja longo demais para ti, e não possas levar o dízimo — porque o lugar que Iahweh teu Deus escolheu para aí colocar o seu nome fica muito longe de ti, quando Iahweh teu Deus te houver abençoado, — vende-o então por dinheiro, toma o dinheiro em tua mão e vai para o lugar que Iahweh teu Deus houver escolhido. Lá trocarás o dinheiro por tudo o que desejares: vacas, ovelhas, vinho, bebida embriagante, tudo enfim que te apetecer. Comerás lá, diante de Iahweh teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua família. Quanto ao levita que mora nas tuas cidades, não o abandonarás, pois ele não tem parte nem herança contigo. A cada três anos tomarás o dízimo da tua colheita no terceiro ano e o colocarás em tuas portas. [2] Virá então o levita (pois ele não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que vivem nas tuas cidades, e eles comerão e se saciarão. Deste modo Iahweh teu Deus te abençoará em todo trabalho que a tua mão realizar. Dt 14:22-29

Os ricos ímpios e avarentos

Aprendemos que a predileção especial de Deus é para com os mais fracos, tanto os desprovidos de apoio espiritual e daqueles que não possuem o necessário para sobreviverem com dignidade. Não podemos, contudo, demonizar todos os ricos, pois existem pessoas bem sucedidas que são humildes e que se solidarizam com os mais vulneráveis da sociedade. Conforme, exposto, Deus não é totalmente contra os ricos. O que o deixa irritado é o rico ímpio, avarento e insensato, pois só busca os seus interesses, e não se preocupa com ninguém: além dele, da sua família e de seus amigos. Trago para vocês um fato curioso sobre a história de Santo Antônio, quando ele fazia a homilia no enterro de um rico de Florença: “Em outro caso, que mais tarde também se difundirá – embora nem sempre seja atribuído a Santo Antônio –, conta-se que ele chegou a Florença quando havia acabado de morrer um dos homens mais ricos da cidade.

Durante a missa de corpo presente, na igreja repleta, Antônio dá o tema do sermão: “Onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração”. E desenvolve uma bela homilia sobre a avareza e a mesquinhez, enfatizando o conhecido argumento de que riquezas acumuladas não trilham o caminho do céu, a este mundo pertencem, e que todos nós , quando mortos, chegamos pobres e desprovidos delas ao outro lado, e assim nos apresentamos diante do Senhor. Como tantos outros, aquele homem dedicara o coração a seu tesouro, e só nele encontrava descanso. Por isso, se procurassem bem, o coração do avarento seria encontrado no meio de suas riquezas.

A princípio, os fiéis ali reunidos tomam essas palavras como uma parábola. No entanto, ocorre a alguém da família, conhecedor da clarividência do frade santo, abrir as arcas do tesouro do falecido. Ali, na presença de outros parentes e amigos, descobre, para estupor de todos, o coração do morto, ainda palpitante, a sangrar entre as moedas de outro tão afanosamente acumuladas”. (NUNO, Fernando p. 204-205). Esse relato extraordinário de Santo Antônio, está interligado à parábola do rico e do Lázaro, pois os dois são análogas ao abordarem: A condenação dos ricos avarentos. O Salmista Davi nos traz as características perversas, daqueles que se tornaram poderosos. Por terem muito dinheiro e poder, tornaram-se ímpios e orgulhos, por isso, negam e insultam a Deus, perseguindo e matando os pobres, sem temer a justiça e a Deus:

Por que, SENHOR, permaneces afastado e te ocultas no tempo da aflição? Com arrogância os ímpios perseguem o indefeso; que fiquem emaranhados em suas próprias tramas! O infiel se gaba de sua própria ambição, o avarento menospreza e insulta a Deus. O ímpio é soberbo, não quer saber desse assunto. “Deus não existe!” é tudo o que de fato pensa. Seus negócios têm contínuo sucesso; muito além da sua compreensão está atua Lei, por isso ele faz pouco caso dos seus adversários, pensando consigo mesmo: “Eu sou inabalável! Desgraça alguma me atingirá, nem a mim nem aos meus descendentes”. Sua boca está sempre cheia de fraudes, maldições e ameaças; violência e todo tipo de maldade estão em sua língua. Põe-se de emboscada próximo aos vilarejos e às escondidas massacra o inocente. Fica à espreita como leão escondido; coloca-se de tocaia para apanhar o necessitado; agarra o pobre e o arrasta em sua rede. Ele espreita, se agacha, se encurva, e o infeliz cai em seu poder. Imagina consigo mesmo: “Deus se esqueceu; escondeu seu rosto e nunca dará atenção a isto”. Levanta-te, SENHOR! Ergue a tua mão, ó Deus! Não te esqueças dos desamparados. Por que o ímpio despreza a Deus, dizendo em seu íntimo: “Tu não me pedirás contas”? Mas tu vês o sofrimento e a dor; e tomas esses sentimentos em tuas mãos. O sofredor se entrega a ti, pois tu és o protetor do órfão. Quebras o braço do ímpio e do maldoso, pedes contas de sua crueldade, até que dela nada mais seja visto. O SENHOR reina todos os dias e eternamente; da sua terra desapareceram os outros povos. Tu, SENHOR, ouves a oração dos necessitados; tu lhes fortalecerás o coração e atenderás ao seu clamor. Defende o que não tem pai e o oprimido, a fim de que o homem, que é pó, já não provoque o terror. Sl 10:1-18

Deus o Pai dos órfãos e das viúvas

Umas das características que distinguem os pobres dos ricos, é que os ricos e milionários têm muitos que os apoiam. São amparados
por familiares e amigos que os protegem, auxiliando-os a se erguerem quando “tropeçarem”. Oferecendo o suporte afetivo e material, imprescindíveis nas suas dificuldades. Enquanto que o pobre é abandonado até mesmo por seus familiares, amigos e conhecidos: “O amigo não se revela na prosperidade, nem o inimigo se esconde no tempo da desgraça. Quando alguém prospera, os inimigos ficam tristes, mas quando alguém cai na desgraça, até o amigo vai embora. Jamais confie no inimigo, pois a sua maldade é metal que enferruja”. Eclo 12:8-1

No livro de Eclesiástico capítulo 13:19-30, os versículos conotam o quanto perigoso é para os pobres, conviverem com os ricos: “Todo ser vivo ama o seu semelhante, assim todo homem ama o seu próximo. Toda carne se une a outra carne de sua espécie, e todo homem se associa ao seu semelhante. O lobo jamais terá amizade com o cordeiro: assim é entre o pecador e o justo. Que relação pode haver entre um santo homem e um cão? Que ligação pode ter um rico com um pobre? O onagro é a presa do leão no deserto: assim os pobres servem de pasto aos ricos. E como a humanidade é abominada pelo orgulhoso, do mesmo modo o pobre causa horror ao rico. Um rico abalado é apoiado pelos seus amigos. O pobre que tropeça é ainda empurrado pelos seus companheiros. Quando um rico é enganado, numerosos são aqueles que o vêm ajudá-lo, se diz tolices, o apoiam. Quando um pobre é enganado, ainda merece censura, e, se falar com sabedoria, não o levam em consideração. Se fala o rico, todos se calam, e glorificam suas palavras até às nuvens, se fala um pobre, dizem: Que é este homem? E se ele tropeçar, fazem-no cair. A riqueza é boa para quem não tem a consciência pesada, péssima é a pobreza do mau que se lastima”.


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